Como ensinar escravidão e Holocausto? Especialistas debatem em busca de reparação histórica

Lives “Como ensinar escravidão e Holocausto?” e “Reparação Histórica” completam série do Goethe-Institut sobre ódio, antissemitismo e racismo contemporâneos.

Como ensinar escravidão e holocausto? Como garantir uma efetiva reparação histórica? Essas são questões presentes nas próximas lives do projeto “Nossas vozes. A escuta nas políticas de memória”, que discute o ódio, o antissemitismo e o racismo contemporâneos sob uma perspectiva histórica, com transmissão pelo canal do Goethe-Institut no YouTube, sempre às quintas-feiras, às 17h. A iniciativa visa valorizar a memória, buscando meios de dar significado a eventos traumáticos do passado, enquanto atos e estruturas racistas e antissemitas continuam ameaçando a vida e o convívio no presente.

Nesta quinta-feira (27), às 17h, o coordenador-geral do Museu do Holocausto de Curitiba, Carlos Reiss; a professora Clarissa Lima, autora dos livros “Cor de Pele: valorizando as diferenças para as oportunidades seres iguais” e “Cor de Pele II: (Re) conhecer o passado para compreender o presente e transformar o futuro”; e a atriz, professora, pesquisadora de tradições orais e contação de histórias Tatiana Henrique debatem Como ensinar escravidão e Holocausto?, com a moderação do historiador David Alfredo.

No dia 03/06, Reparação Histórica é o tema que encerra o projeto. A partir das 17h, o debate online contará com a participação de Edson Santos, sociólogo e político brasileiro, ex-ministro-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (2008-2010); Humberto Adami, advogado, presidente das comissões Nacional e Estadual (RJ) da Escravidão Negra no Brasil, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Wania Sant’Anna, historiadora, ex-secretária de Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro (2002); e Selma Dealdina, quilombola do Angelim III, Território do Sapê do Norte (ES), assistente social, conselheira da Anistia Internacional e organizadora do livro ”Mulheres Quilombolas: territórios de existências negras femininas”, publicado com o Selo Sueli Carneiro, sob coordenação da filósofa Djamila Ribeiro. O cientista social Bernard Brito, curador do Cine Educação, será o moderador do encontro.

Os debates, realizados em parceria entre o Cine Educação e o Goethe-Institut, jogam luz nos temas apresentados pela exposição “Nossa Luta: a perseguição dos negros durante o Holocausto”, sobre o tratamento dado pelos nazistas aos afro-germânicos e africanos. Realizada pelo Museu do Holocausto de Curitiba em parceria com a Clínica de Direitos Humanos da PUC do Paraná e com o Centro Cultural Humanita, a mostra chegou ao Rio de Janeiro em 2020, com o apoio do Goethe-Institut. A visitação, no entanto, teve de ser interrompida devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19. O resultado das pesquisas foi lançado na internet como material educativo, que pode ser acessado gratuitamente em www.museudoholocausto.org.br/downloads/NossaLuta.pdf.

Projeto Nossas vozes

O projeto “Nossas vozes. A escuta nas políticas de memória” teve início no dia 13 de maio de 2021, data em que a Lei Áurea completava 133 anos no Brasil, último país do Ocidente a abolir a escravidão. Com o tema Políticas de Memória – Colonialismo e Holocausto, contou com a participação de Felix Axster, historiador alemão do Centro de Estudos de Antissemitismo da Universidade Técnica de Berlim; Leandro Santanna, ator, diretor de teatro e diretor do MUHCAB – Museu da História e Cultura Afro-Brasileira; e Luciane Dom, cantora, compositora e historiadora. A estreia teve moderação dos historiadores Astrid Kusser Ferreira e David Alfredo, do Goethe-Institut, e tradução simultânea da antropóloga Raquel Luciana de Souza.

Em 20 de maio, Histórias Entrelaçadas: colonialismo e nazismo foi o assunto abordado pela historiadora alemã Susann Lewerenz, do Centro de Estudos do Campo de Concentração Neuengamme, um lugar de memória perto de Hamburgo; a jornalista Heliete Vaitsman, autora de “Judeus da Leopoldina” e “O Cisne e o Aviador” e coorganizadora de “Antissemitismo, uma obsessão: argumentos e narrativas”; e o professor e historiador Sidney Aguilar Filho, cujas pesquisas deram origem ao filme “Menino 23”, sobre a escravização de crianças negras por nazistas no Brasil. A moderação foi da historiadora Astrid Kusser Ferreira (Goethe-Institut). 

Os debates, que abordam o ódio, o antissemitismo e o racismo contemporâneos sob uma perspectiva histórica, são transmitidos ao vivo, às quintas-feiras, às 17h, até 3 de junho, e seguem disponíveis no canal do Goethe-Institut no YouTube (https://www.youtube.com/goetheinstitutriodejaneiro).

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Mylène Neno.

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