Com o tema “Memória, resistência e compromisso: a caminho dos 50 anos do Cimi”, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Mato Grosso aborda nesta roda de conversa online a atuação da igreja católica junto aos povos indígenas no Brasil na defesa dos seus direitos territoriais, e como esse trabalho vem se dando há tempos, antes mesmo da existência do próprio Cimi.
As experiências de Medellín e Puebla, somadas às contribuições da antropologia e à opção preferencial da igreja pelos pobres, levaram ao nascimento do Cimi em 1972, como um organismo da igreja católica vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), inaugurando na igreja um jeito de viver a fé na gratuidade.
Se colocando a serviço dos necessitados, o Cimi Regional Mato Grosso foi o primeiro regional da entidade. O estado foi também fonte de inspiração pela ação missionária profética com missionários e missionárias, religiosos e religiosas, leigos e leigas, assumindo compromisso radical da convivência inculturada respeitando e valorizando os saberes originários, crenças línguas e costumes, bem como a organização social dos povos indígenas e suas comunidades.
A partir da convivência respeitosa, ouvindo lideranças, caciques e pajés, não se mediu esforços para garantir assistência nas áreas da saúde, educação e demarcação de seus territórios tradicionais. Respeitando as relações cosmológicas com seus territórios, de forma a garantir a sobrevivência física e cultural, iniciou-se um diálogo com os indígenas sobre a necessidade de criar um intercâmbio, com diálogo sobre seus desafios e necessidades. Assim, foram realizadas as primeiras assembleias com as lideranças indígenas.
A primeira assembleia foi realizada em Diamantino, no centro do estado, em julho de 1974. Nos anos seguintes, novos encontros foram realizados com as lideranças indígenas, dando vida à ideia das assembleias. Com o passar do tempo, elas foram ganhando forma e se consolidando no movimento indígena, que hoje assume o protagonismo das lutas, e o Cimi continua com sua missão profética, coroada com o testemunho de mártires como Padre João Bosco, Padre Rodolfo, Padre Ezequiel, Irmão Vicente e indígenas como Simão Bororo Yaminé Suruí, além daqueles que passaram por ameaças e perseguição.
É com este contexto histórico que o Cimi Regional Mato Grosso realiza esta roda de conversa online, celebrando tanto o processo profético como o histórico, além das ricas e diversas memórias, a resistência e o compromisso. Diga ao povo que avance!
Confira quem participa:
Dineva Kayabi – Graduada em pedagogia pela Faculdade Intercultural de Barra do Bugres Mato Grosso, mestranda em Educação pela Faculdade Intercultural de Barra do Bugres-MT, lideranças de mulheres do povo Kawaiwete do município de Juara -MT, da Terra Indígena Apiaká Kayabi;
Kamoriwa’i Elber Tapirapė – Cacique Geral do povo Apyãwa – Tapirapé, na Aldeia Tapi’itāwa, T. I. Urubu Branco, Município de Confresa – MT;
Saturnina Urupe Chue – Professora do povo Chiquitano, na Aldeia Vila Nova Barbecho;
Irmã Elizabeth Aracy Rondon Amarante – Missionária do Cimi Mato Grosso, vive com o povo Myky desde 1979;
Mestre Mário Bordignon – Missionário do Cimi Mato Grosso desde 1973;
Mediação – Natália Filardo, Coordenadora Adjunta do Cimi Regional Mato Grosso.
Quinta-feira (22/07) às 16h (Horário de Brasília)
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