Alessandra Alves de Arruda, liderança da Terra Indígena Baia dos Guató, encaminhou carta-denúncia a Benedito Garcia, Coordenador Regional da Funai em Cuiabá, pedindo urgentes contra ameaças que o Povo estaria sofrendo por parte de policiais aposentados contratados como ‘seguranças’ de uma fazendeira local.
Na sua “Carta Denúncia”, os Guató dizem que os ‘seguranças’ andam sempre armados e se apresentam como matadores “acostumados a trabalhar com milícia”.
A liderança denuncia também que no domingo 11 de julho, os ‘seguranças’ se dirigiram a um senhor indígena, Guilherme Guató, oferecendo dinheiro e ajuda com combustível e barco para que ele e a família deixassem suas terras até o dia 27 de julho, porque a fazendeira teria vendido “parte do nosso território e para entregar ao atual dono uma das exigências foi que não tivesse ocupação de indígena na área”.
Segundo a carta, pessoas armadas circulam dentro do território indígena, e a ação da Funai é urgente “antes que aconteça uma tragédia com qualquer um de nossos parentes, até mesmos porque estamos apreensivos e impossibilitado até de trabalha sobrevivemos da coleta de isca vivas e temos que acampar nos corixos e baias para fazer a coleta e com a presença desses homens armados aqui na nossa aldeia temos até me[do] de sair para ir trabalha e tememos que algo de ruim que posa acontecer com as nossas famílias mulheres e crianças então diante da situação pedimos providência.”
E terminam:
“Queremos viver livre de ameaças e invasão do nosso Território, para poder plantar e colher e viver paz com nossas famílias, sem medo de poder transitar no nosso território e estar correndo risco de vida. Diante do exposto pedimos apoio jurídico para esta situação de violação de direito, pedimos apoio e agilidade para a conclusão do processo demarcatório do nosso território.”
Certos de contar com o vosso apoio agradecemos.
Terra Indígena Baia dos Guató, Aldeia Aterradinho, Município de Barão de Melgaço, 16 de julho de 2021.
Alessandra Alves de Arruda
Liderança Guató”
—
Foto: Fábio Nascimento /Mobilização Nacional Indígena