Na Foirn
Considerados de recente contato, os indígenas da etnia Hupdah guardam entre seus conhecimentos tradicionais a arte da cestaria confeccionada a partir de cipó titica, encontrado na floresta Amazônica. A beleza dos balaios tem atraído atenção, com aumento da demanda por esses objetos.
Para incentivar a produção e fortalecer as cadeias de valor para geração de renda e auto sustentabilidade do povo Hupdah, a FOIRN – por meio do Departamento de Negócios Socioambientais e Casa Wariró – realizou de 2 a 4 de setembro, em Vila Fátima, Distrito de Iauaretê, em São Gabriel da Cachoeira (AM), a oficina de cestaria de cipó titica.
Nos três dias de oficina foi desenvolvido todo o processo de confecção das cestarias, desde a coleta de cipós na mata, passando pelo processo de preparação com a queima do cipó até o produto finalizado.
Gerente e articuladora da Casa Wariró, Luciane Mendes, da etnia Tariana, reforçou a importância do artesanato do povo Hupdah e informou que a procura desses produtos é crescente.
“Essa oficina busca a valorização dos artesanatos e do trabalho desse povo. É uma tradição passada dos mais velhos para os mais jovens. Com a valorização, a juventude vai se interessar mais por seus costumes e tradições. Também informamos como produzir e escoar, gerando renda, pois existe demanda e procura por produtos Hupdah”, informou Luciane Mendes.
A oficina também contou com a participação da secretária administrativa da FOIRN, Maria Hildete Araújo, Tariana, que falou da necessidade da criação de uma associação própria do povo Hupdah, para seu fortalecimento e regularização.
Coordenadora do Departamento de Mulheres Indígenas (Dmirn/FOIRN), Larissa Duarte Tukano reforçou a importância dos trabalhos das artesãs nas famílias, com incentivo à geração de renda.
Também estiveram na oficina a professora e conhecedora tradicional Cecília Albuquerque, da etnia Piratapuia, e Margarida Maia, da etnia Tukano, membros da Associação dos Artesãos Indígenas de São Gabriel da Cachoeira (Assai).
Indígena da etnia Hupdah, Terezinha Cruz Ramos agradeceu a iniciativa e disse que a oficina leva esperança a seu povo. “Estou muito feliz por vocês virem até a gente e realizar essa oficina de suma importância para o meu povo, para valorização da cultura e das tradições. Vamos continuar na luta e ainda mais firmes, pois vocês nos deram esperança de continuarmos trabalhando pra sustentar nossas famílias“, disse.
Vice-presidente da Associação das Mulheres Indígenas do Distrito de Iauaretê (Amidi), Veronica Sampaio Alves enfatizou a importância da realização de outras oficinas com o povo Hupdah para aprimoramento dos trabalhos das artesãs.
A oficina contou com apoio da FOIRN, Nia Tero, Assessoria do Instituto Socioambiental – ISA e das coordenadorias de base da Coidi e Amidi.
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Imagem: Participantes da Oficina de Cipó realizada em Iauaratê. Foto: Juliana Albuquerque/Foirn