Ativista indígena denuncia intimidação por representantes do Brasil na COP26

ClimaInfo

Em entrevista ao UOL, a ativista indígena Txai Suruí afirmou que foi intimidada por membros da delegação brasileira após seu discurso na abertura da COP26 (1º/11). “Depois do meu discurso, fui dar algumas entrevistas, muitas pessoas queriam falar comigo, e uma parte brasileira ficou me intimidando”, disse Txai. “Ele chegou depois em um momento e falou ‘não fala mal do Brasil, porque a gente está aqui para ajudar’”. Ela não conseguiu identificar as pessoas em questão, mas confirmou que elas tinham credenciais oficiais da representação brasileira na COP.

Por aqui, a intimidação veio do líder máximo da nação. Falando a apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro criticou a participação de Txai na COP.  Como o Correio Braziliense lembrou, os pais da indígena, o cacique Almir Suruí e a indigenista Neidinha Suruí, são constantemente ameaçados de morte por garimpeiros e grileiros que invadem Terras Indígenas.  A declaração de Bolsonaro certamente não contribuirá para a segurança da família.  Aliás, sobre segurança dos  indígenas, vale a pena ler a nota sobre o mais recente levantamento do Conselho Missionário Indigenista (CIMI).

Enquanto isso, governadores brasileiros estão aproveitando o encontro em Glasgow para lustrar suas credenciais ambientais no exterior e atrair recursos internacionais para seus estados. Pelo menos 11 governadores devem passar pelos corredores da COP até a semana que vem, com participação em eventos paralelos e conversas oficiais e de bastidor com outros líderes internacionais, empresários, investidores e personalidades. Bernardo Esteves escreveu na piauí sobre a movimentação dos governadores brasileiros em Glasgow.

Em tempo: Um levantamento feito por Leandro Prazeres na BBC Brasil mostrou o tamanho da bocada do governo Bolsonaro no orçamento para pesquisas científicas em clima no Brasil. Nos três primeiros anos de governo, a atual administração gastou apenas R$ 2,1 milhões nessa área, um montante 93% inferior ao verificado nos três anos antes da chegada de Bolsonaro ao poder (R$ 31,1 milhões, entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018).

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