“Bolsonaro nega a pandemia e nega a fome no país”, diz assessora da FIAN Brasil

Informe da FIAN Brasil mostra como desmonte de políticas no governo Bolsonaro agravou fome no país

Redação Brasil de Fato

FIAN Brasil, em parceria com o Fórum Brasileiro de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (FBSSAN), divulgou na última quinta-feira (16), o Informe Dhana 2021 – pandemia, desigualdade e fome que aborda a situação do direito humano à alimentação e à nutrição adequadas no país. O material analisa os impactos da covid-19 e avalia as ações e omissões do poder público diante da crise sanitária, econômica e social nos últimos dois anos do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Os retrocessos e ataques do atual governo aprofundaram o cenário de crise no Brasil, como explica a secretária-geral da FIAN Brasil, Valéria Burity.

“Essa edição foi elaborada em 2019, destacando como neoliberalismo e autoritarismos estavam contribuindo para violações de direitos no Brasil. Em 2021, apontamos como a chegada da covid-19 tornou ainda mais dramática uma situação geral de ataque à vida e à dignidade humana”, afirma Burity.

O material aponta que quem primeiro sentiu as consequências da pandemia e da gestão de Bolsonaro foram os grupos que têm seus direitos negados historicamente: a população negra, as mulheres, povos indígenas, povos e comunidades tradicionais (como quilombolas e caiçaras) e os grupos empobrecidos do campo e das cidades.

“O mesmo presidente que em 2019 negou a fome no Brasil foi o que tratou a maior pandemia do século como uma gripezinha, e mais uma vez se esquivou de suas obrigações enquanto representante do Estado. O mesmo governo que desmontou o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional em seus primeiros dias no poder criou um falso dilema entre a fome e a covid-19 e se recusou a tomar providências para tentar conter o previsível avanço dessa situação desumana que é não ter acesso a comida suficiente”, observa Côrtes.

Fim do Bolsa Família

O texto aponta que, ao contrário do Bolsa Família, o novo programa não conta com institucionalidades sólidas como contrapartida, a exemplo de uma capacidade de verificar o cumprimento de medidas para cada beneficiário. Outro problema apontado é a pulverização dos recursos, sem um foco específico para o suprimento das diversas formas de carências sociais e econômicas.  

“O Auxilio Brasil é contraproducente e revela a incompetência, pouca experiência, ou baixa qualificação da equipe que o desenhou”, avalia outro trecho do relatório.

Acesse o informe completo Informe Dhana 2021 – pandemia, desigualdade e fome.

Edição: Daniel Lamir

Protestos lembraram da alta dos alimentos no governo Bolsonaro – Reprodução Brasil de Fato

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