Nossa pele chega primeiro. Por Mônica Francisco

Do Twitter da Deputada Estadual (Psol RJ)

Fui trocar um presente que ganhei no Amigo Oculto e passei por duas situações de racismo. A primeira na loja das Havaianas, em que fui solenemente ignorada ao tentar fazer a troca. As vendedoras passavam e pareciam não notar minha presença, não me atendiam.

A segunda no carro por aplicativo, a caminho da Cadeg, o motorista insistia em saber em qual ponto da comunidade eu ficaria. Alegava não conseguir ver o destino final, que era na cadeg.

Eu já estava em trânsito, então ele sabia o destino final, estava marcando no aplicativo.

Eu contestei a postura. Não posso andar de carro por aplicativo com minha família pela cidade?!

É muito constrangedor passar por esse tipo de situação, porque sentimos que não podemos acessar determinados espaços.

Eu sou cria do Borel, sou deputada estadual eleita, exercendo mandato na Alerj e ainda assim vejo meu corpo sendo barrado em determinados espaços.

Ignorada ao entrar numa loja e exercer meu poder de compra. Desrespeitada no meu acesso à cidade, querendo a segurança de chegar no meu destino final. Por quê?!

Isso me lembra 2019 quando tive meu corpo barrado nas estruturas da Alerj, onde estou a serviço do povo do Rio de Janeiro, por aqueles que “me enxergavam, mas não me viam como parlamentar”. Mesmo utilizando meu broche de identificação.

Gente, isso é muito penoso! Eu sou uma cidadã, mulher preta! Precisamos como mulheres negras, ter acesso a todos os espaços!

Deputada Mônica Francisco (PSOL). Foto: Divulgação Alerj

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