Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
O Grupo de Trabalho de Retorno às Atividades Escolares Presenciais da Fiocruz emitiu nesta sexta-feira (11/2) uma nota técnica em que enumera os cuidados para a volta segura às aulas no atual contexto de predomínio da variante Ômicron no país. Tendo em vista o avanço da vacinação e os prejuízos sociais, emocionais, educacionais e de saúde de um ensino remoto tão prolongado, o retorno presencial se torna possível e necessário. Entretanto, é preciso estabelecer protocolos que restrinjam a circulação dessa variante altamente transmissível, que aumentou o número de casos entre crianças, ainda que estes não tendam a evoluir para quadros graves.
Isolamento
A nota atualiza as orientações para o isolamento de acordo com as diferentes situações e estratégias de identificação da infecção por Covid-19. Para adultos ou crianças sem contraindicação para o uso de máscaras e com casos leves ou moderados são necessários 10 dias de isolamento a contar da data de início dos sintomas e o retorno está condicionado à ausência de sintomas, febre ou uso de antitérmicos nas últimas 24 horas. Por meio da testagem negativa no quinto dia, esse tempo pode ser reduzido para 7 dias. Os casos assintomáticos confirmados precisam de 5 dias de isolamento a contar da data do teste positivo, desde que um novo teste no quinto dia tenha o resultado negativo. Caso seja positivo o isolamento se estende para 7 dias. O uso de máscara é fundamental no retorno.
Para pessoas que não puderem usar a máscara, as orientações mudam apenas para os casos assintomáticos que tenham novo teste positivo no quinto dia, para os quais são necessários 10 dias de isolamento a partir do primeiro teste positivo, em vez de 7. Em relação ao contato da criança ou do adulto com alguma pessoa infectada, a quarentena é de 10 dias a partir do contato ou de 7 dias com teste negativo no quinto dia. Se houver sintomas ou se a testagem for positiva será preciso fazer a quarentena correspondente. Pessoas que tenham apresentado Covid-19 grave ou sejam imunodeprimidas por doença ou por uso de drogas imunossupressoras precisarão fazer a quarentena de 20 dias. O retorno só poderá acontecer se nas últimas 24 horas a pessoa não tiver sintomas nem febre e não tiver usado antitérmicos.
Protocolos sanitários e fechamento
A nota ainda lembra que o uso adequado de máscaras, a ventilação adequada nas dependências da escola, o distanciamento social, a higienização das mãos, assim como o esquema vacinal completo (incluindo a 3ª dose) são fundamentais para prevenir a Covid-19 e diminuir a transmissão no ambiente escolar. Uma turma com aulas presenciais somente deve ser fechada se houver a confirmação de 3 casos ou mais ou se está havendo um surto local. Essa medida da suspensão deve ser tomada em último caso. O fechamento da escola, por sua vez, deve ocorrer apenas por recomendação das autoridades sanitárias locais.
Os problemas da evasão escolar e da distorção idade-série são apontados pela nota, sobretudo pelo modo com que impactam as crianças e aprofundam as desigualdades. O autoteste é defendido como medida orientativa, ajudando no controle da doença por agilizar a identificação precoce de casos e contatos, mas seu custo e a ausência de disponibilidade pelo SUS limitam sua contribuição. Por fim, a nota destaca o papel da vigilância epidemiológica nas escolas.
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Foto: Paula Cavalcanti