Secretária Silvana Covatti apresentou proposta de créditos emergenciais, mas entidades e movimentos avaliam que é preciso avançar no número de famílias beneficiadas
Por Maiara Rauber, na Página do MST
Após mobilizações realizadas na semana passada, uma comitiva de agricultores familiares e camponeses do MST se reuniu nesta terça-feira (22), com a Secretaria de Agricultura do governo do Estado, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, para discutir ações que busquem amenizar os impactos da estiagem no estado.
A comitiva foi recebida pela secretária Silvana Covatti, e cobrou ações urgentes para socorrer as famílias agricultoras afetas pela seca no estado. “Esperamos que essa audiência com a secretária tenha resultado concreto para as famílias que sofrem com a estiagem. Se nada acontecer, nós estamos dispostos, em conjunto com os produtores e produtoras assentados da agricultura familiar, a retomar as mobilizações nas próximas semanas. Nós precisamos de ajuda urgente, diante de tantos prejuízos”, assinala Ildo Pereira, da direção nacional do MST.
Os principais pontos debatidos foram em torno de créditos emergenciais. O governo do estado anunciou a liberação de recursos para atender 42 mil famílias, no valor de um salário mínimo. Também foi apontada mais uma proposta para liberação de créditos de até R$ 10 mil por família, sem juros.
Na avaliação de representantes do MST, da União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS), a conversa com a secretária Covatti marca um importante passo para a negociação. Eles ressaltam que é preciso ampliar o número de famílias que seriam beneficiadas.
“Nós entendemos que essas medidas são importantes, mas precisamos avançar no número de famílias que serão atendidas. Nesse crédito emergencial, entendemos que precisa ampliar para atender 100 mil famílias no RS, em especial as que possuem mais dificuldades. E esse crédito, é necessário ampliar o subsídio para os agricultores que não se enquadram nos recursos a fundo perdido”, explica Douglas Cenci, da Fetraf.
Os camponeses seguem pressionado para a realização de uma audiência com o governador do estado, Eduardo Leite, pois para serem implementados imediatamente, os créditos dependem de decretos emergenciais aplicados pelo governador.
*Editado por Solange Engelmann
–
Agricultores do Rio Grande do Sul buscam ações para minimizar os impactos da estiagem no estado. Foto: Maiara Rauber