A mobilização acontece na próxima quarta-feira (9/3), às 15h, em frente ao Congresso Nacional
O Movimento Sem Terra engrossa as fileiras do Ato pela Terra e contra o pacote da destruição que acontecerá em frente ao Congresso Nacional, Brasília, na próxima quarta-feira (9/3), a partir das 15h. Um conjunto de artistas, organizações e movimentos da sociedade civil também convocam para a manifestação com o objetivo de pressionar parlamentares a rejeitar cinco projetos de lei que representam impactos irreversíveis para os biomas brasileiros, como a Amazônia, os direitos humanos, o clima e a segurança da população.
Entre as propostas que motivaram a mobilização, estão medidas que prejudicam o licenciamento ambiental, facilitam a grilagem de terras, autorizam mineração em terras indígenas, flexibilizam regras de aprovação de agrotóxicos e instituem o “marco temporal” sobre terras indígenas, tese jurídica que permite contestar a demarcação de áreas ocupadas por povos originários.
De acordo com a organização do evento, se esse pacote de leis for aprovado, crimes ambientais serão legalizados e o Brasil se tornará um dos maiores párias climáticos do mundo.
Para o MST, onde a defesa do meio ambiente e a luta pela terra ocupam a centralidade historicamente, o tema das ameaças de despejos em territórios ocupados por famílias Sem Terra aparece com força na convocatória. Segundo o Movimento, cerca de 200 áreas estão ameaçadas de despejo e isso impacta na vida de milhares de trabalhadores e trabalhadoras.
Além disso, denuncia também o pacote de veneno, a pulverização aérea e defende o direto à alimentação saudável, levando em consideração que atualmente mais de 20 milhões de brasileiros passam fome ou sofre com algum grau de insegurança alimentar, de acordo com os dados Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).
Alexandre Conceição, da direção nacional do Movimento, explica que o ato demarca um momento importante na luta contra os retrocessos nos direitos da classe trabalhadora. “Estamos sofrendo muitos ataques do Congresso Nacional e do Governo Federal, que juntos querem aprovar um pacotão de medidas para atacar ainda mais a democracia, os direitos da classe trabalhadora e o meio ambiente, que já vem sofrendo com o governo Bolsonaro”, explica.
Ele conta também que as áreas de produção de alimentos têm diminuído a cada ano com o aumento das queimadas na Amazônia e no cerrado, e “por isso a fome voltou com força no Brasil e a desigualdade também”.
O MST participa do ato com trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra dos estados da Bahia, Goiás, Minas Gerais e do Distrito Federal.
*Editado por Fernanda Alcântara
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Marcha Lula Livre, do MST, chegando em Brasília. Foto: Leonardo Milano