Manifestações para este 8 de Março estão previstas em mais de 30 cidades. Mulheres sem-terra e da área científica também preparam debates e ações para marcar o movimento mundial por igualdade
Por Redação RBA
São Paulo – No Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta terça-feira (8), mulheres de todo o Brasil voltam a protagonizar manifestações nacionais contra o governo Bolsonaro. Entidades e coletivos feministas pretendem ocupar as ruas e as redes para bradar “Pela vida das Mulheres” e “Bolsonaro nunca mais!”. As manifestações estão confirmadas em 30 cidades, em pelo menos 15 estados e no Distrito Federal. Em pauta, as mulheres também vão buscar “um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome”. Um lema nacional que sintetiza as diversas batalhas travadas pelas brasileiras e que abre as primeiras lutas sociais do país neste ano.
Em dezembro, as mulheres fecharam as jornadas pelo Fora Bolsonaro, expondo especificamente a situação desse segmento da população que considera o governo federal uma “ameaça direta à vida das mulheres”. Mas o ato nesta terça marca o retorno às ruas no Dia da Mulher após a mobilização virtual, no ano passado, por causa da pandemia de covid-19.
Na preparação para esta retomada, a Articulação Nacional de Mulheres Bolsonaro Nunca Mais divulgou um manifesto de entidades que denuncia que “o aprofundamento da crise econômica no Brasil e no mundo, somado à política da fome, do desemprego e da morte conduzida pelo governo Bolsonaro, que tem tornado a vida do povo ainda mais difícil, atingindo, principalmente, as mulheres da classe trabalhadora”.
Mulheres na ciência
Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, a taxa de desocupação entre as mulheres foi de 13,9% no quarto trimestre de 2021, enquanto para os homens foi de 9%. Além disso, de acordo com boletim do Observatório Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em 2021, o Brasil é o país com o maior número de mortes maternas causadas pela covid-19. Até maio daquele ano, a taxa de letalidade materna era de 7,2%. Mais que o dobro da taxa de letalidade do país, na época de 2,8%.
Foram elas também que sofreram mais danos à saúde mental durante a pandemia, segundo a Fiocruz. O que abalou inclusive a produção científica. No Dia internacional da Mulher, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) e as Faculdades de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) e Zootecnia e Engenharia de Alimentos (Fzea) promovem o debate Wowen In Science,’Mulheres na Ciência’, para levantar os avanços da igualdade de gênero na área e também os desafios e a superação para mulheres na área da pesquisa. O evento ocorre das 16h às 18h; será transmitido online pelo canal da Fzea-USP no YouTube.
E no campo
Os impactos da pandemia e do governo Bolsonaro sobre a vida das mulheres no campo também mobilizam ações para o 8 de Março. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) prepara a Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra de hoje (7) até a próxima segunda (14). No Paraná, partilha de alimentos, materiais de higiene e marmitas, doação de sangue e mutirões de plantio em lavouras comunitárias estão entre as principais atividades previstas.
No dia 14, o MST planeja o plantio de árvores para homenagem à vereadora e ativista social Marielle Franco, assassinada nessa data há quatro anos. Com a ação, a proposta do movimento é também denunciar a impunidade do crime e a falta de elucidação sobre seus mandantes. Segundo informações do Brasil de Fato, também haverá formações e ações internas nos assentamentos, com homens e mulheres.
Confira a agenda de atos para o #8M
Sul
- RS – Porto Alegre, concentração na Esquina Democrática, a partir das 18h
- RS – Caxias do Sul, concentração na Praça Dante, a partir das 18h
- PR – Curitiba, concentração a partir das 18h30, na Praça Santos Andrade. A manifestação passa a caminhar às 18h30
- PR – Maringá, acontece a IV Caminhada/Pedalada pelo fim da violência contra a mulher, no dia 12 de março, às 9h, na Praça da Catedral
- PR – Guarapuava, a partir das 17h, no terminal da fonte
- PR – Assis Chateaubriand, café da manhã e roda de conversa com as mulheres catadoras de material reciclável, às 7h30. E uma roda de conversa na casa da APP-Sindicato de Assis Chateaubriand com as professoras e funcionárias de escola da ativa e aposentadas, às 10h
- PR – Foz do Iguaçu, concentração a partir das 17h, em frente ao Bosque Guarani (TTU). Às 18h acontece a saída em marcha que vai até a Praça da Paz
- PR – Toledo, ato no dia 6, a partir das 17h30, no Parque Ecológico Diva Paim Barth
- PR – Ponta Grossa, ato no dia 6, às 15h30, na Praça Barão de Guaraúna
- SC – Blumenau, lançamento vídeo/mosaico em homenagem à Bell Hooks, às 20h. Ato público no dia 11, às 18h30, no Parque Ramiro Ruediger
Sudeste
- SP – São Paulo, ato no Masp, às 16h
- SP – Ubatuba, ato de esquenta, no sábado (5), a partir das 11h, com concentração no calçadão, ao lado das Casas Bahia
- SP – Campinas, concentração no Largo do Rosário, a partir das 16h
- MG – Belo Horizonte, concentração na Praça da Liberdade, às 16h30
- MG – Juiz de Fora, manifestação na Praça da Estação, às 17h
- MG – Uberlândia, na Praça Ismene, às16h30
- MG – Divinópolis, o ato acontece às 15h30, no quarteirão fechado da rua São Paulo
- RJ – Rio de Janeiro, concentração na Candelária, às 16h, e saída às 18h para a Cinelândia
Centro-Oeste
- DF – Brasília, concentração no Museu da República, às 17h. Reunidas, as mulheres vão seguir em marcha até o Congresso Nacional
- MS – Campo Grande, concentração na Avenida Afonso Pena com a 14 de Julho, a partir das 8h
Norte
- PA – Belém, a partir das 17h, na Praça da República
- PA – Ananindeua, o ato acontece no dia 6. A concentração está marcada para 7h e a saída do ato acontecerá às 8h. O local do encontro será a Deam, que fica na Cidade Nova 5, We 31, 1112
Nordeste
- AL – Maceió, às 8h, na Praça dos Martírios
- PE – Recife, partir das 15h, no Parque 13 de maio
- RN – Mossoró, pela manhã, haverá feira de rua no Centro Feminista 8 de março (CF8), com comercialização de produtos das mulheres da economia solidária, “Alô Frida”, música ao vivo, batucada feminista, poesia e intervenções políticas. À tarde, acontece o ato unificado, às 16h, na Praça da PAX
- RN – Natal, concentração para o ato acontece às 14h30, na Praça Gentil Ferreira
- BA – Salvador, a concentração acontece às 14h, na Praça do Campo Grande e a caminhada tem início às 15h, indo até a Praça da Piedade
- CE – Fortaleza terá feira feminista às 13h, debate às 14h, cortejo às 15h e ato político e cultural às 16h
- MA – São Luís, as mulheres vão se concentrar a partir das 15h na Praça Deodoro
- SE – Aracaju, às 9h, haverá um ato na Reserva da Mangaba
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“Governo Bolsonaro tem tornado a vida do povo ainda mais difícil, atingindo, principalmente, as mulheres da classe trabalhadora”, apontam movimentos