Atiradora esportiva, Cristiane Freitas era assessora da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos)
por Paulo Motoryn, em Brasil de Fato
A nova diretora de Educação e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Cristiane Lemos Batista de Freitas, nunca trabalhou com o tema. Nomeada para o posto nesta terça-feira (8), ela ocupa cargos de confiança na gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) desde maio de 2019.
Advogada de formação, chegou a atuar como assessora de Osmar Terra no Ministério da Cidadania, em 2019. No ano seguinte, foi alocada no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, sob o comando de Damares Alves. Agora, será chefiada pelo ministro Joaquim Pereira Leite (Meio Ambiente).
Freitas teve uma série de experiências na gestão pública antes de chegar ao governo Bolsonaro. Ela trabalhou, por exemplo, como assistente na empresa pública Valec, e teve cargos no Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal e no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, também em Brasília.
Em seu currículo, disponível no site do governo federal, não consta nenhuma experiência profissional ou acadêmica no tema do meio ambiente ou da preservação. Também não há referências a qualquer conhecimento no campo da educação e da cidadania. Leia a íntegra.
O Brasil de Fato procurou o Ministério do Meio Ambiente na manhã desta terça-feira (8) para verificar as motivações da escolha de Freitas. Até o momento, não houve resposta. Caso a pasta envie um posicionamento, ele será adicionado na íntegra ao texto.
“Faca é mais perigoso que arma”
Atiradora esportiva, a nova diretora do Ministério do Meio Ambiente participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em 2021, em que defendeu o armamento da população brasileira.
“Quando se tem a vida em risco, uma peixeira pode servir mais do que uma arma de fogo e a gente tem acesso a isso dentro de casa. A gente precisa começar a falar sobre o direito natural inalienável da defesa pessoal, não só da mulher. Queremos igualar os esforços e as forças para que a gente tenha uma defesa maior”, afirmou.
A atiradora alegou que é preciso acabar com a cultura de dizer que arma é que mata as pessoas. “Quem mata as pessoas é quem está por trás do agente, seja ela mulher ou homem”. Ela chegou a dizer que uma faca é mais fatal do que uma arma e ninguém precisa de autorização para ter uma.
Leia a portaria de nomeação:
Edição: Vivian Virissimo
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Pró-armamento, advogada não tem familiaridade com os temas relativos ao cargo que vai ocupar – Reprodução/LinkedIn