Transição energética para o Nordeste e a importância da justiça e equidade

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Poucas áreas no Brasil oferecem tanto potencial para a geração de energia limpa como no Nordeste. Não à toa, investimentos recentes estão impulsionando projetos de energia eólica em diversos estados nordestinos, beneficiados pelos preços mais baixos dos equipamentos de geração eólica. Entretanto, a maneira como esses investimentos vêm sendo feitos traz questionamentos importantes sobre a capacidade desses projetos de oferecer desenvolvimento sustentável e justo às populações nordestinas.

Na coluna PerifaConnection, da Folha, os ativistas Sarah Lima, Renato Régis e Mikaelle Farias ressaltaram o outro lado da moeda da geração eólica no Nordeste: privatização de territórios tradicionais, destruição de sítios arqueológicos, aterramento de lagoas, entre outros. Tudo isso intensifica desigualdades e disparidades socioambientais em uma das regiões mais pobres do Brasil. “É inegável a importância da expansão de outras fontes de energia elétrica em detrimento daquelas que ainda utilizam combustíveis fósseis”, escreveram. “Mas, apesar disso, vemos que o protagonismo não pertence ao Estado e sim às multinacionais que têm investido maciçamente no setor. Ou seja, devemos analisar de forma crítica a situação: terras agricultáveis em localidades que sobrevivem graças à agricultura familiar estão sendo, teoricamente, privatizadas por meio de acordos com cláusulas de confidencialidade e renovação automática”.

O ponto central do artigo é que uma transição energética feita na base do business-as-usual, sem atentar para questões como justiça e equidade, apenas replicará as mesmas distorções causadas e/ou intensificadas pela energia fóssil nos últimos séculos.

Em tempo: Dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) mostraram que a geração solar triplicou no município de São Paulo em 2021. O número de equipamentos solares passou de 756 em 2020 para 2.113 no ano passado, com capacidade para gerar 16,2 MW de energia. Os números do estado de SP também são positivos: no ano passado, foram instalados mais de 70,1 mil novos painéis fotovoltaicos, atendendo 80,9 mil novos consumidores e agregando 563,9 MW de geração. Canal Solar e g1 deram mais detalhes.

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