A alta-comissária de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, expressou preocupação com a situação dos Povos Indígenas e dos defensores do meio ambiente no Brasil. Em discurso nesta 2a feira (13/6) em Genebra, Suíça, a ex-presidente chilena ressaltou o impacto do garimpo nas comunidades indígenas e tradicionais da Amazônia, bem como ameaças e episódios de violência contra esses grupos. “Eu apelo às autoridades para que assegurem o respeito pelos direitos fundamentais e a independência das instituições”, destacou Bachelet. Metrópoles, RFI e UOL repercutiram a fala.
Ainda sobre violência, centenas de indígenas participaram de uma manifestação em Atalaia do Norte (AM) cobrando as autoridades mais proteção e investigações sobre o paradeiro de Bruno Pereira e Dom Phillips. “Bruno lutou pelo Vale do Javari, agora o Vale do Javari luta por Bruno e Dom”, dizia uma das faixas. Representantes indígenas criticaram duramente a omissão do governo federal na fiscalização da Terra Indígena Vale do Javari e os repetidos ataques contra os direitos indígenas pelo atual presidente da República. “B******** tem raiva dos Povos Indígenas, e ele deveria ser presidente de todos os brasileiros”, afirmou a cacique Sandra Mayouruna. Folha e O Globo repercutiram a manifestação.
“O desaparecimento de Dom e Bruno nos faz questionar: é possível falarmos em uma democracia de fato enquanto jornalistas e militantes são calados à força quando ousam importunar os poderes estabelecidos? É plausível falar de cidadania enquanto povos inteiros são exterminados a bel-prazer daqueles que olham para a natureza como fonte de lucro e não de vida?”, questionou Rafael Rezende (UERJ) na coluna Latinoamérica 21, da Folha. “Precisamos de mais democracia para superar o violento projeto colonial que fundou e ordenou o Brasil explorando a natureza, aniquilando os Povos Indígenas e silenciando as vozes divergentes”.
Em tempo: O Globo abordou as propostas que estão sendo apresentadas pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública aos pré-candidatos à Presidência da República nas eleições de 2022. A proteção da Amazônia, que ganhou destaque com o desaparecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips, é uma das ações defendidas. Para tanto, o Fórum propõe a implantação efetiva do Sistema Único de Segurança Pública para ajudar no combate à sobreposição de crimes ambientais, sexuais, homicídios e domínio de facções criminosas na região amazônica.
