Força Nacional intervém na Terra Parakanã para evitar conflito entre indígenas e caçadores

ClimaInfo

O ministério da justiça confirmou nesta 5ª feira (14/7) que o contingente da Força Nacional de Segurança Pública seguirá por mais 30 dias na Terra Parakanã, no Pará, com o objetivo de evitar uma escalada do conflito entre indígenas e caçadores não-indígenas. As tropas atuarão em conjunto com equipes da FUNAI para garantir a proteção das comunidades indígenas e evitar a entrada de forasteiros na reserva.

Os agentes federais estão na reserva desde maio passado, depois da morte de três caçadores. A suspeita é de que eles tenham sido mortos por indígenas depois de invadirem o território. Os indígenas, da etnia Awaté-Parakanã, temem que familiares ou amigos das vítimas tentem revidar as mortes. O histórico entre indígenas e não-indígenas na região é delicado, com episódios de agressão e violência desde que a área foi demarcada, no começo dos anos 1990. Agência Brasil e O Globo deram mais informações.

Por falar em violência contra indígenas, o g1 noticiou que a Polícia Federal prendeu o principal suspeito pelo assassinato de Ari Uru-Eu-Wau-Wau, ocorrido em abril de 2020. O indígena fazia parte de um grupo de monitoramento e denunciava a extração ilegal de madeira da TI Uru-Eu-Wau-Wau, em Rondônia, e teria sido morto por conta desse trabalho. O suspeito não teve o nome divulgado, mas, segundo a PF, ele também está detido preventivamente por outro homicídio.

Já sobre os assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips no Vale do Javari, a Deutsche Welle destacou o ato ecumênico que será organizado neste sábado (16/7) na Catedral da Sé, em São Paulo, em homenagem às vítimas e defesa dos Povos Indígenas e da Amazônia. Para o ex-ministro da justiça José Carlos Dias, um dos organizadores do ato, o contexto dos crimes contra Bruno e Dom é similar com aquele experimentado pelo Brasil nos anos 1970, no auge da repressão da ditadura militar. Não à toa, a escolha da Catedral da Sé como palco também se encaixa nessa perspectiva: em 1975, ela também recebeu o ato ecumênico em memória do jornalista Vladimir Herzog, torturado e assassinado pelo Exército, em um evento marcante para a luta pela redemocratização no Brasil. “Estaremos reverenciando a memória do Bruno e do Dom e, ao mesmo tempo, celebrando a luta pela democracia, que vem sendo ameaçada com o [atual] governo”, disse Dias.

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