O encontro tem o objetivo de contribuir com a valorização do modo de vida e com a identidade dos apanhadores
Redação Brasil de Fato
Acontece nos dias 14 e 15 de setembro a segunda edição do Festival das Comunidades Apanhadoras de Flores Sempre-vivas. O evento será em Diamantina, na região do Vale do Jequitinhonha, e reunirá mais de 300 apanhadores da Serra do Espinhaço Meridional de Minas Gerais.
O encontro tem o objetivo de contribuir com a valorização do modo de vida e com a identidade dos apanhadores. Além disso, o festival comemora o reconhecimento da prática desenvolvida pelas comunidades como patrimônio agrícola mundial pela da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ver essa foto no Instagram
A programação acontece no Mercado Velho, no Centro do município, e conta com a apresentação pública de documentos que sistematizam a experiência dos apanhadores de flores sempre-vivas. Lançamento de livros, cortejos, feiras, exposições de fotografias, oficinas e mesas de debate também fazem parte do evento. A programação completa está listada abaixo.
Apanhadores de flores sempre-vivas
A coleta de flores sempre-vivas é realizada por comunidades tradicionais, em grande parte quilombolas, que vivem próximas à parte meridional da Serra do Espinhaço, no Vale do Jequitinhonha. Os grupos têm sua dinâmica baseada no uso de agroambientes da região e a prática é considerada sustentável, agrícola e tradicional.
Os apanhadores de flores sempre-vivas, como se autodenominam, cultivam roças, coletam as flores e criam animais em grande parte da extensão da serra. Em 2020, o sistema agrícola tradicional, desenvolvido pelas comunidades, foi considerado pela FAO como um dos Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam). Minas Gerais é o primeiro estado do país a obter esse selo.
O reconhecimento é atribuído às comunidades tradicionais que contribuem com a preservação do patrimônio agrícola, com a utilização de recursos naturais de forma sustentável e na realização de práticas seculares de manejo da terra.
A segunda edição do festival é realizada pela Comissão em Defesa dos Direitos das Comunidades Extrativistas (Codecex), entidade que representa regionalmente as comunidades, em parceria com as prefeituras municipais de Diamantina, Presidente Kubitschek e Buenópolis, e com os gestores do Plano de Conservação Dinâmica do primeiro Sipam brasileiro.
Confira a programação completa:
14/09
12h – Acolhida
13h30 às 19h – Feira de produtos da serra
14h – Mesa de boas vindas
14h10 – Mesa de diálogos: primeiro Sistema Importante do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam) brasileiro e o papel do Estado em seu fortalecimento
16h30 – Café com prosa
17h – Lançamento do livro “Vida e luta das comunidades apanhadoras de flores sempre-vivas em Minas Gerais”
17h30 – Lançamento do vídeodocumentário sobre protocolos de consulta prévia livre e informada
18h30 – Cortejo convidativo para exposição de fotografias
19h – Abertura da exposição de fotografias
19h30 – Jantar
21h – Apresentações culturais
15/09
08h às 19h – Feira de produtos da serra
08h – Oficinas
12h – Almoço
14h – Mesa de diálogos – O caminho das flores: perspectivas e desafios ao Plano de Conservação Dinâmica (PCD) do Sistema Importante do Patrimônio Agrícola Mundial (Sipam) dos apanhadores de flores sempre-vivas
16h30 – Exibição do vídeo “Templo de Flor”
16h50 – Café com prosa
18h30 – Jantar
20h – Apresentações culturais
*Programação sujeita a alterações
Edição: Larissa Costa
—
Imagem: Apanhadora de Sempre Vivas, Serra do Espinhaço, Minas Gerais. Foto de João Roberto Ripper