15ª Edição da Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, domingo, 18 de setembro, em Copacabana

Por Rozangela Silva

A Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR) e o Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP) realizam a 15ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, dia 18 de setembro, domingo, a partir das 10h, no Posto 5, na Orla de Copacabana.

Ao longo dos últimos 15 anos, a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa vem chamando a atenção da sociedade civil e das autoridades públicas, para os riscos antidemocráticos, diante do crescimento dos casos de intolerância religiosa.

Como bem pontua o Prof. Dr Babalawô Ivanir dos Santos, em seu livro “Marchar Não é Caminhar”, “conflitos e disputas” religiosos, nunca deixaram de fazer parte das transformações sociais. Sim, nunca deixaram porque não existe uma unicidade sobre religiões e religiosidades, seja aqui no Brasil ou em qualquer outra parte do mundo.

Entretanto, no Brasil, os conflitos religiosos, ou melhor, a INTOLERÂNCIA religiosa, está de mãos dadas com o racismo e todas as formas de preconceito. E, nesta simbiose, a intolerância religiosa vai se camuflando, cotidianamente, em opinião pessoal, dentro de toda sociedade.

No domingo, todo o trajeto contará com a participação de diversos grupos culturais, como Banda Omi Okun, Marquinhos Oswaldo Cruz, Grupo Awurê, Regional Biguá, entre outras atrações. Além de apresentação de diversos seguimentos religiosos, em um trio elétrico.

O evento, tradicionalmente, é realizado sempre no 3º domingo do mês de setembro, em Copacabana, onde já se consolidou no Brasil, e principalmente na cidade do Rio de Janeiro, como uma das ações mais pontuais em defesa da liberdade religiosa e do Estado laico.

“Além de projetar luz e reflexões para a promoção de uma sociedade mais humana, plural e diversa, também luta em prol do fortalecimento das bases democráticas que ainda fazem parte da nossa sociedade”, defende Ivanir dos Santos – interlocutor da CCIR.

Como surgiu o ato – Sem bandeiras políticas ou partidárias, a Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, surgiu no ano  2008, em reação aos episódios de intolerância religiosa que aconteceram no Morro do Dendê, na Ilha do Governador. Na ocasião, adeptos das religiões de matriz africana foram expulsos da comunidade pelo traficante Fernandinho Guarabu, que, na época, comandava o tráfico local e os impedia de usar suas vestes religiosas e seus fios de conta. Destarte, após diversas manifestações públicas, em defesa das liberdades religiosas e dos direitos de cultos pessoais, ligados às diversas confissões religiosas, defensores das diversidades e membros de grupos sociais passaram a se unir e reunir, anualmente, para em prol da tolerância, da equidade e da pluralidade, para que, juntos, passassem a realizar o maior evento inter-religioso do Brasil.

Para além das Caminhadas, os religiosos criaram a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), que passou a ser um importante instrumento de acolhimentos e denúncias dos crimes de intolerância religiosa. Única no mundo que tem em seu cerne diversos adeptos religiosos, almeja receber na 15ª edição em torno de 100 mil pessoas, em prol das pluralidades, humanidades e liberdade religiosa, dentre representantes do candomblé, umbanda, bases evangélicas, católicos, budistas, muçulmanos, judeus, wiccanos, hare krishnas, ciganos, mórmons e outros segmentos. Representantes de outras regiões também marcam presença, oriundos da Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, SP e Amazonas.

Foto de Henrique Esteves.

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