A Polícia Federal e o IBAMA iniciaram na última 4ª feira (12/10) uma grande operação de combate ao garimpo ilegal no rio Madeira, em Porto Velho (RO). A ação usou explosivos para destruir, até o momento, 81 balsas do tipo “dragas” usadas para extração ilegal de ouro, noticiou o g1 em Rondônia. Segundo o Estadão, a operação não tem data para acabar e pode ser expandida rio abaixo. O Madeira é uma Área de Proteção Ambiental.
“A ação busca desestruturar organizações criminosas que lucram causando imensos prejuízos ambientais com atividades ilegais de mineração, tais como a modificação do curso original do rio, a destruição da vegetação ribeirinha, a interrupção de canais d’água com a consequente morte das fauna e flora locais”, afirmou a PF em nota, que lembrou ainda que a contaminação das águas e dos peixes por mercúrio causa sérios prejuízos à natureza e à saúde da população.
A operação acontece quase um ano após uma imensa invasão de garimpeiros no mesmo rio Madeira, no estado vizinho do Amazonas. Filas de balsas garimpeiras foram identificadas neste rio nos últimos dias e também em julho deste ano.
A Folha relacionou a nova ação com a operação de 19 de setembro, quando a PF cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e 18 mandados de prisão temporária e preventiva, em Rondônia, Amazonas, Acre, Pará, Mato Grosso e São Paulo. Na ocasião, a polícia afirmou estar desarticulando uma quadrilha que extraía e comercializava ouro ilegalmente, além de movimentar valores incompatíveis com a renda e o patrimônio declarados.
Em tempo 1: A bancada do garimpo ganhou pelo menos 8 representantes no Congresso Nacional nas últimas eleições. São parlamentares sócios de empresas do setor ou que têm forte articulação em prol da atividade. Mas o lobby da mineração no Congresso não se resume a esses oito, já que a pauta conta com o apoio explícito da bancada do agro, além do Planalto. A Folha dá mais detalhes.
Em tempo 2: Um estudo conduzido pela FioCruz e pela Universidade Federal do Oeste do Pará encontrou contaminação por mercúrio acima do tolerável em 75,6% dos moradores de Santarém (PA) examinados. Fábio Tozzi, um dos autores do artigo, alerta que esta contaminação pode em breve se revelar um problema de saúde de enormes proporções. A contaminação tem origem no garimpo no rio Tapajós, e causa disfunções neurológicas, doenças renais e de pele, mas os sintomas podem demorar para aparecer. A reportagem é d’O Globo.