Com pouco mais de 60 milhões de votos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocupará pela 3ª vez a Presidência da República a partir de 1º de janeiro de 2023.
Na disputa eleitoral mais acirrada desde a redemocratização, o petista conseguiu derrotar o atual mandatário, que se tornou assim o primeiro presidente desde 1998 a perder uma reeleição no Brasil.
Em seu 1o discurso como presidente eleito, ainda no domingo à noite (30/10), Lula deu espaço privilegiado para o meio ambiente e prometeu que o Brasil voltará a ser proativo no esforço contra a mudança do clima e a destruição do meio ambiente.
“O Brasil está pronto para retomar seu protagonismo na luta contra a crise climática, protegendo todos os nossos biomas, sobretudo a Floresta Amazônica. (…) Agora, vamos lutar pelo desmatamento zero da Amazônia”, destacou. “O Brasil e o planeta precisam de uma Amazônia viva. Uma árvore em pé vale mais do que toneladas de madeira extraídas ilegalmente por aqueles que pensam apenas no lucro fácil, às custas da deterioração da vida na Terra”.
Da mesma forma, o futuro presidente também defendeu seu compromisso com os Povos Indígenas e seus direitos por terra e proteção. “Quando uma criança indígena morre assassinada pela ganância dos predadores do meio ambiente, uma parte da humanidade morre junto com ela. Por isso, vamos retomar o monitoramento e a vigilância da Amazônia, e combater toda e qualquer atividade ilegal – seja garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária indevida”.
O Globo publicou o discurso de Lula na íntegra, e ((o)) eco destacou os principais pontos relativos ao meio ambiente.
Depois de sua batalha eleitoral mais desafiadora, Lula agora se debruçará sobre a preparação do próximo governo. Um dos principais desafios, como bem assinalou Janaína Figueiredo no Globo, é reposicionar o Brasil no cenário internacional depois de quatro anos de isolamento político.
Os primeiros sinais do novo presidente foram bem-recebidos lá fora; no entanto, Jamil Chade ressaltou no UOL que o país deve carregar consigo uma desconfiança permanente da comunidade internacional.
Parte dessa desconfiança pode ser dissipada logo no começo do governo, em janeiro. Diversas medidas antiambientais impostas pela gestão Bolsonaro podem ser derrubadas pelo novo presidente na base da canetada. Por isso, um “revogaço” é esperado para os primeiros dias, que pode ser acompanhado pela retomada de programas e iniciativas abandonadas nos últimos quatro anos, como o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm). Ana Lucia Azevedo deu mais detalhes no Globo.