Carta do MST ao Povo brasileiro

Documento que será entregue ao Governo Lula cita várias medidas para combater a fome, estimular a produção de alimentos saudáveis, educação, cultura, combater as violências e levar mais vida ao campo

Da Página do MST

Neste momento de crises, mas também de renovação e esperanças com a vitória do Presidente Lula no Brasil, nesta terça-feira (29) o MST lança uma Carta ao Povo Brasileiro, na qual denúncia o aumento das desigualdades, dos crimes ambientais e da fome e a “falta de perspectiva que atinge mais de 70 milhões de trabalhadores”.

As propostas do documento serão encaminhadas ao próximo Governo Lula, como compromissos do Movimento no enfrentamento ao período de crises, junto à população brasileira e reafirmando a necessidade da organização popular e luta coletiva para a garantia e conquista de direitos.
“Nossa missão maior, é seguir organizando o povo, para que lute por seus direitos, consagrados na constituinte de 1988, pois sabemos que sem mobilização popular não haverá nenhuma mudança verdadeira no país”, aponta o documento.

Na carta, o MST também reafirma que a vitória de Lula é o resultado de um amplo e longo processo de luta e resistência dos movimentos populares pela democracia, contra o ódio e a retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadores, que se iniciou com o golpe de 2016 contra o governo Dilma Rousseff e culminou em um governo genocida. E ressalta que, neste governo, Lula terá um conjunto de desafios pela frente para governar e melhorar as condições de vida do povo, principalmente a população pobre, que enfrenta a fome e a miséria.

“O Governo Lula terá o desafio fundamental de enfrentar em caráter emergente as necessidades fundamentais do povo, como o combate a fome, ao desemprego, e investimentos pesados em educação e saúde. E no médio prazo debater com toda sociedade um novo projeto de pais, fundado na reindustrialização e na agricultura produtora de alimentos saudáveis, única forma de retomarmos o crescimento econômico com justiça social”, afirma a nota.

O documento também defende a necessidade da distribuição de terras de latifúndios para a produção de alimentos, principalmente próximo às cidades; a criação de um Plano Nacional de Reflorestamento, políticas públicas urgentes para incentivar a produção de alimentos à população e combater a fome.

“Defendemos que o novo governo deve implementar urgentemente diversas medidas de políticas públicas – como os Programas de Aquisição de Alimentos [PAA] e de Alimentação Escolar – buscando a soberania alimentar e para que se amplie imediatamente a produção alimentos saudáveis em todo país. E que se usem os mecanismos de aumento de renda, via bolsa família, e aumento do salário mínimo e do emprego para que o povo tenha condições de se alimentar dignamente.”

O MST também cobra o estímulo à um modelo de produção baseado na agroecologia, “como um modelo tecnológico que busca produzir alimentos saudáveis, sem agredir a natureza, gerando mais empregos e melhorando a produtividade física das lavouras.” Além disso, os Sem Terra ainda defendem a necessidade de um programa de máquinas agrícolas para aumentar a produtividade no campo, a implantação de um programa de agroindústria cooperativas em todos os municípios do país, bem como a implantação de um programa de educação e cultura no meio rural, para combater o analfabetismo e fomentar as manifestações culturais. E reforça a denúncia contra todos os tipos de violências praticados contra os povos do campo, das águas e das florestas, gerados pela política de ódio e de morte do atual governo.

“Combateremos e denunciaremos todas as formas de violência, discriminação, racismo, misoginia, LGBTfobias e intolerância religiosa que foram alimentados pelo bolsonarismo fascista”. denuncia o documento.

Confira a Carta na íntegra AQUI

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