O que se sabe sobre quedas de torres elétricas com ‘indícios de vandalismo e sabotagem’

Rafael Barifouse, da BBC News Brasil

Três torres de transmissão de energia elétrica caíram, com “indícios de vandalismo e sabotagem”, em diferentes locais do país, de acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

As quedas ocorreram entre a noite de domingo (8/1) e a madrugada de segunda-feira (9/1), após as invasões e atos de vandalismo em Brasília, mas não está claro se as quedas têm relação com o ocorrido na capital.

Não houve interrupção no fornecimento de energia.

Um gabinete de crise foi criado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), sob a coordenação da Aneel, para garantir a segurança do sistema elétrico após os episódios.

O ONS afirmou que está adotando medidas “tradicionalmente implementadas em eventos especiais como, por exemplo, Eleições e Copa do Mundo e Olimpíadas”.

“Ao longo do trabalho de monitoramento, o Operador foi comunicado de quedas de torres, mas nesta época do ano de condições climáticas severas, o incidente pode ser considerado normal. Neste momento, as causas estão sendo investigadas pelos respectivos agentes”, disse o ONS.

O MME também foi procurado, mas não respondeu até a publicação da reportagem.

O que aconteceu?

A primeira queda ocorreu em Rondônia, na linha de transmissão entre Samuel (AC) e Ariquemes (RO), operada pela Eletronorte, às 21h30 de domingo.

Houve ainda uma “torção” em duas torres adjacentes, segundo a Aneel. O boletim da agência afirma que “há indícios de vandalismo”. Por sua vez, a Eletronorte afirmou que a torre foi “derrubada”, com “indícios de sabotagem”.

“A Eletronorte informa ainda que atua também no encaminhamento de informações e registro de ocorrência policial para que os órgãos competentes apurem os fatos e identifiquem os responsáveis”, disse a companhia.

A segunda queda, também com “indícios de vandalismo”, de acordo com a Aneel, foi registrada na cidade de Medianeira, no Paraná, na linha de transmissão operada por Furnas entre Foz do Iguaçu (PR) e Ibiúna (SP).

Também foram danificadas três outras torres próximas. Segundo a agência, “não foram identificadas condições climáticas adversas que possam ter causado a queda de torres”.

A terceira queda ocorreu às 00h40 na linha de transmissão do Complexo do Madeira, que conecta as usinas hidrelétricas de Jirau, em Porto Velho (RO), e Santo Antônio, em Sertãozinho (SP).

De acordo com a Aneel, a Evoltz, empresa responsável pela linha, informou que “há indícios de sabotagem” na queda da torre, após ter sido verificado o corte de dois estais (cabos que dão sustentação à estrutura).

De acordo com a ONS, não há previsão de quando a operação das linhas será normalizada após as quedas em Rondônia e na linha do Madeira. Na linha de Furnas, a expectativa é que isso ocorra até o próximo dia 13.

Após as quedas, foi criado um Gabinete de Acompanhamento da Situação do Sistema Elétrico, sob a coordenação da Aneel, para monitorar “informações referentes a qualquer tentativa de ataque ou efetivo vandalismo, tanto sob o aspecto de integridade física como também cibernética das instalações”.

A ONS também informou ao MME e à Aneel que passou a realizar uma “operação diferenciada para aumento da segurança eletroenergética”.

As medidas incluem aumentar o envio de energia entre regiões do país “visando minimizar ou mesmo evitar atuação dos esquemas especiais de proteção, sempre que possível”.

Imagem: Torre da Eletronorte foi ‘derrubada’ com ‘indícios de ‘sabotagem’, informou a empresa – Eletronorte

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Diogo Rocha.

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