A Força Aérea Brasileira anunciou nesta 2ª feira (13/2) que prorrogará a abertura parcial do espaço aéreo sobre a Terra Indígena Yanomami para facilitar a saída de garimpeiros e outros invasores do território. Os três corredores de voo abertos pela FAB permanecerão assim até 6 de maio. Agência Brasil, Band, Folha, g1, Metrópoles e O Globo repercutiram a informação.
Desde o começo do mês, a circulação de aeronaves sobre o território Yanomami está sob controle da FAB, em esforço para conter a atividade garimpeira e facilitar ações de resgate de indígenas em situação emergencial. A medida faz parte da resposta do governo federal à crise humanitária vivida pelos Yanomami.
Com a circulação aérea restrita, os garimpeiros estão tendo dificuldades para deixar o território Yanomami. O preço da viagem por pessoa chega a mais de R$ 15 mil, muito acima do que era cobrado anteriormente. Ainda assim, alguns estão optando por deixar voluntariamente a reserva indígena, mesmo que à pé, para evitar conflitos com os agentes federais que atuam desde a semana passada na destruição dos focos de garimpo.
O futuro presidente do IBAMA, o ex-deputado federal Rodrigo Agostinho, sinalizou que o órgão deve permanecer na Terra Yanomami até, pelo menos, o final deste ano. A ideia é que o IBAMA reforce a fiscalização não apenas daquele território indígena, mas também de outras reservas.
“Tenho orçamento para continuar presente por lá por bastante tempo. Estamos começando a organizar operações também em outras áreas indígenas com problemas parecidos com o garimpo, extração de madeira e biopirataria. O que for ilegal será combatido”, disse Agostinho à Folha.
Em tempo: O Globo destacou um balanço feito por pesquisadores do Insper sobre a taxa de homicídios em cidades com exploração ilegal de ouro na Amazônia brasileira na última década. Em média, o índice de mortes violentas aumentou 20% desde 2013, ano em que foi sancionada a chamada “lei do garimpo”, que flexibilizou o comércio de ouro no Brasil. Essa lei instituiu uma presunção de boa-fé entre vendedores e compradores do metal, sem a necessidade de comprovação formal da origem devida do produto. Especialistas apontam que esse mecanismo enfraqueceu a fiscalização e facilitou a “lavagem de ouro” extraído ilegalmente em Áreas Protegidas.
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Foto: CECOMSAER