Desmatamento na Amazônia tem pior fevereiro em 16 anos, indica Imazon

ClimaInfo

Uma área equivalente a Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, foi desmatada na Floresta Amazônica em fevereiro, de acordo com dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Os 325 km2 de desmatamento no mês passado fizeram de fevereiro de 2023 o pior mês da série histórica do instituto, iniciada há 16 anos, quando o Imazon implementou seu sistema de monitoramento por imagens de satélite.

Os números do Imazon são equivalentes aos do sistema DETER, operado pelo INPE, que apontou a derrubada de 321,9 km2 de floresta no último mês. Contudo, diferem no percentual de crescimento na comparação anual. Considerando o desmatamento no primeiro bimestre deste ano, os 523 km2 acumulados em janeiro e fevereiro de 2023 foram o segundo pior da série histórica do Imazon. Superados apenas pelos 564 km2 registrados pelo instituto em igual período do ano passado.

Pelo segundo mês consecutivo, Mato Grosso ficou no topo do ranking da devastação entre os nove estados da Amazônia Legal. Quase metade (48%) do desmatamento registrado em fevereiro ocorreu em território mato-grossense. Na comparação anual, a destruição passou de 96 km2 em fevereiro de 2022 para 157 km2 no mesmo mês de 2023, um aumento de 64%.

Logo depois, segundo o Imazon, vêm Pará e Amazonas no ranking dos estados com as maiores áreas derrubadas. No Pará, foram perdidos 63 km2 de vegetação nativa (19% do total). Já no Amazonas, foram 55 km2 de floresta desmatados – 17% do total.

Em tempo 1: O governo brasileiro negocia com a China a construção de um novo satélite que pode servir para monitorar o desmatamento na Amazônia e a observação climática. Fontes do Palácio do Planalto e do Itamaraty ouvidas por Jamil Chade, do UOL, confirmaram que o tema estará na agenda do presidente Lula, que visitará a China no fim de março. A viagem ainda contará com diversos membros do governo, como a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.

Em tempo 2: A atuação de facções que controlam o tráfico de drogas na Amazônia está influenciando significativamente o aumento de crimes ambientais na região, como desmatamento, grilagem, garimpo em Terras Indígenas e extração ilegal de madeira. É o que mostra o geógrafo Aiala Colares Couto, pesquisador do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e professor da Universidade do Estado do Pará (UEPA), informa a BBC. Para explicar essa conexão entre tráfico e devastação, Colares Couto cunhou um termo: narcoecologia.

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