Na madrugada de sexta-feira (07), dezenas de indígenas Guarani-Kaiowá, da Retomada Yvu Vera, no município de Dourados, ocuparam um terreno que estaria sendo “grilado” pela Corpal Incorporadora e Construção para edificar um condomínio de luxo. A retomada Yvu Vera possui 113 famílias que estão buscando a demarcação de suas terras.
Há poucos meses, a Corpal adentrou a área reivindicada pelos indígenas e começou a colocar estacas, deslocou maquinário, material de construção e trabalhadores para dar início à construção de um grande condomínio em área que pertenceria a uma das aldeias (Bororo, a outra é a Jaguapiru) que forma a reserva indígena urbana mais populosa do Brasil.
Os indígenas tentaram de todas as formas impedir a construção ilegal dentro de suas terras e não obtiveram nenhum sucesso. Até agora, as instituições do poder público, como justiça e outros órgãos do Estado não tomaram nenhuma medida. Os índios procuraram o Ministério Público que tentou embargar a obra, mas a construtora continuou as obras em processo acelerado, apesar da ação.
Diante do silêncio e a aparente conivência do poder público, os índios foram obrigados a defender suas áreas com as próprias mãos e ocuparam a área que estava sendo grilada para a construção do condomínio de luxo e estão exigindo o fim das obras e a retirada de todo maquinário e material de construção.
De acordo com liderança indígena ouvida pela Folha de Dourados, “a decisão de retomar a área do canteiro de obras foi acertada. Diante da omissão e, na maioria das vezes, do apoio do Estado a grilagem de terras indígenas é preciso tomar medidas urgentes e não esperar pelas instituições para resolver os problemas para demarcação de terras e invasão de território”.
Veja abaixo o documento do Ministério Público ignorado pela Contrutora Corpal:
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por Isabel Carmi e Zelik Trajber.