Para retomar altas coberturas vacinais, Ministério da Saúde lança Mês de Vacinação dos Povos Indígenas de 2023

Previsão é que sejam aplicadas mais de 210 mil doses em todos os territórios originários. Índice de vacinação ficou abaixo da meta nos últimos anos

Maíra Elluké, Ministério da Saúde 

O Ministério da Saúde lança, nesta quarta-feira (19), Dia dos Povos Indígenas, o Mês de Vacinação dos Povos Indígenas (MVPI). A cerimônia acontece no Distrito Sanitário Indígena Minas Gerais Espírito Santo (Dsei/MGES), no município de Teófilo Otoni. O maior símbolo da vacinação no Brasil, o Zé Gotinha, receberá em um ritual do povo Maxakali, o adereço de maior simbologia dentro da cultura indígena: o cocar. O adorno representa beleza, proteção e espiritualidade, além da conexão entre os povos indígenas. A ação de vacinação acontece nos 34 Distritos Sanitários Indígenas, em um total de 898 territórios, para recuperar as altas coberturas vacinais entre essa população.

Nos últimos anos, para todas vacinas do calendário, o índice de proteção entre a população indígena chegou a números preocupantes: 66% em 2019; 68% em 2020; 73% em 2021 e 53% em 2022. A prioridade do Ministério da Saúde é recuperar os índices de vacinação e a proteção dos povos originários contra as principais doenças que podem ser prevenidas por vacinação.

A previsão é que sejam aplicadas mais de 210 mil doses em todos os territórios. Após o término do período do MVPI, que segue até 14 de maio, os distritos continuarão com as imunizações ao longo do ano, em todos os Dsei.

O povo Maxakali foi escolhido como anfitrião devido à falta de condições para realização de práticas de saúde tradicionais em seus territórios nos últimos anos, bem como a vulnerabilidade da etnia diante das doenças imunopreveníveis.

Os imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação que serão aplicados para atualização da situação vacinal dessa população são:

Hepatite A e B;
Penta (DTP/Hib/Hep B);
Pneumocócica 10 valente;
VIP (Vacina Inativada Poliomielite);
VOP (Vacina Oral Poliomielite);
VRH (Vacina Rotavírus Humano);
Meningocócica C (conjugada);
Febre amarela;
Tríplice viral (Sarampo, Rubéola, Caxumba);
Tetraviral (Sarampo, Rubéola, Caxumba, Varicela);
DTP (tríplice bacteriana);
BCG;
HPV quadrivalente (Papilomavírus Humano);
Influenza; e
Covid-19.

A ação acontece por meio da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/MS), e integra a Semana Mundial de Vacinação, realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas∕OMS). Estão envolvidos no MVPI, 2,6 mil profissionais da Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena e mais de 1,1 mil Agentes Indígenas de Saúde e Agentes Indígenas de Saneamento.

Foto: Ubiratan Pankararu

Deixe um comentário

O comentário deve ter seu nome e sobrenome. O e-mail é necessário, mas não será publicado.

3 × 1 =