Líder Kayapó critica marco temporal para demarcação de Terras Indígenas e cobra mais ação do governo federal para proteger os Povos Originários e barrar retrocessos.
Em passagem pelo Rio de Janeiro, onde abriu a exposição “Mekukradjá Obikàrà: com os pés em dois mundos” no Museu de Arte Contemporânea de Niterói, o cacique Kayapó Raoni Metuktire reiterou suas críticas à proposta do marco temporal, aprovada pelo Congresso e parcialmente vetada pelo presidente Lula. Para ele, a tese foi idealizada “não por nós [indígenas], mas sim por pessoas que têm ódio da gente”.
“O Lula vetou parcialmente o projeto, mas eu tenho vontade de chegar para falar com ele, para acabar com tudo isso. Porque esse ódio não vai cessar com essa aprovação parcial”, disse Raoni ao jornal O Globo. O cacique também reclamou da falta de resposta do Palácio do Planalto. “Vou lá fazer campana na sala dele até ser atendido. [Vou] pressioná-lo para ele cumprir o que prometeu para mim”.
Para Raoni, a demarcação das Terras Indígenas, além de preservar o meio ambiente, é fundamental para a sobrevivência das culturas originárias. “Dentro de um território, temos floresta, animais, rios e temos nossas próprias culturas e tradições (…) As nossas terras demarcadas são para as outras gerações. Eles têm que ter o território para continuarem com a vida, a cultura e os costumes deles”, disse à AgênciaBrasil.
Brasil de Fato, Poder360 e UOL também repercutiram a fala de Raoni.
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Tomaz Silva/Agência Brasil