Onda de calor brutal que começou no fim de semana vai continuar e gerar temperaturas máximas absurdamente altas em milhares de cidades, aponta o MetSul.
O “forno” que tomou conta da maior parte do país no fim de semana apenas começou a esquentar. Nos próximos dias, uma violenta onda de calor centrada entre o Sudeste e parte do Centro-Oeste vai provocar temperaturas máximas absurdamente altas em milhares de cidades brasileiras e dezenas de milhões de pessoas vão enfrentar um calor como jamais passaram em suas vidas.
A previsão é do MetSul, que afirma categoricamente que esta semana vai “reescrever a história do clima no Brasil” e “mudará a estatística climática nacional”. Segundo o instituto, “o que se desenha em termos de temperatura no Sudeste, em particular, é no mínimo extraordinário. Foge muitíssimo ao normal do clima, mesmo em cidades acostumadas a tempo quente durante os meses da primavera e do verão, com marcas excepcionalmente altas”.
Meteorologista da Nottus, Alexandre Nascimento afirmou à CNN que a nova onda de calor é resultado de um “empilhamento de fenômenos”, que vão do curto ao longo prazo. O especialista listou como o primeiro da lista [adivinha?] as mudanças climáticas, que elevam a “régua” das temperaturas no mundo. Junte um potente El Niño, que deve persistir até abril, e um sistema de alta pressão estacionado em parte do país e o forno “estoura” os termômetros.
A situação é tão extrema que o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) atualizou na 6ª feira (10/11) seu alerta vermelho de “perigo” para “grande perigo” para algumas regiões do país, informa O Globo. Em pelo menos seis estados, além do Distrito Federal, os termômetros podem registrar até 5ºC acima da média por um período maior do que cinco dias.
O calor extremo já foi sentido no sábado (11/11) em vários lugares do país. Na cidade do Rio de Janeiro, os termômetros chegaram perto de 40ºC, com sensação térmica de 47,2ºC – às 9h20 da manhã, é preciso destacar –, relata O Globo. No Centro-Oeste, as temperaturas ultrapassaram 40ºC em cidades de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Na capital de São Paulo os termômetros marcaram 34,8ºC, detalha o UOL. E em Porto Murtinho (MS), a mínima registrada na noite de sábado bateu nos 31,9ºC, provavelmente a maior temperatura mínima já registrada no Brasil.
Se o calor extremo é sufocante para todos, é ainda mais cruel para pessoas em situação de rua, mostra a Rede Brasil Atual. Os termômetros nas alturas se somam aos desafios diários de sobrevivência. Sem acesso a hidratação e abrigo, estão sujeitos às piores consequências das condições térmicas extremas, que podem levar, inclusive, à morte.
Em algumas cidades paulistas, incluindo a capital, foram criadas estruturas com água, ambulâncias e acolhida desde que começaram os eventos climáticos de calor extremo em setembro. No entanto, não há registros de ações similares em outros estados e mesmo em São Paulo a ação não é suficiente.
O calor extremo também vem impactando a criação de animais. No Complexo Agroindustrial de Brasiléia, no Acre, mais de 1.000 frangos morreram por conta do calor, informa o g1. “Nós estamos há 13, 14 anos criando frango, e a gente nunca teve um fenômeno como esse”, disse o produtor Rosildo Freitas.
Em tempo: No Rio Grande do Sul, a chuva é a ameaça. O alerta de chuvas esparsas em toda a região Sul, mas particularmente fortes e persistentes no estado, já havia sido feito pelo MetSul, destaca o Correio do Povo. Na tarde de sábado (11/11), fortes chuvas atingiram várias regiões gaúchas e acarretaram problemas em rodovias gaúchas, informa o Jornal do Comércio. E a previsão, reforça o Terra, é que as chuvas intensas persistam nesta semana, com o avanço de duas frentes frias pelo território gaúcho.
–
Tania Rego/Agência Brasil/EBC
Por que ninguém elabora um texto assim quando acontecem as ondas de frio?