Chega de violência no campo!

“Toda morte morrida, toda morte matada, se foi vida vivida, se foi vida doada, não é morte, é VIDA” (Dom Pedro Casaldáliga).

CPT

A Campanha contra a Violência no Campo e a Campanha a Vida por um Fio vêm, por meio desta nota de repúdio, chamar atenção das autoridades políticas, da justiça e da sociedade sobre o acirramento da violência contra os trabalhadores e as trabalhadoras do campo.

Não bastasse a violência política pelo Projeto de Lei do Marco Temporal, que ameaça derrubar os vetos do Presidente Lula ao PL 2903/2023 e violar ainda mais os direitos dos Povos Indígenas, a primeira quinzena de novembro está marcada por diversos assassinatos por conflitos no campo:

  • Josimar da Silva Pereira, membro do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, na cidade de Vitória de Santo Antão (PE), no dia 05/11;
  • Agnaldo da Silva, indígena da etnia Turiwara, assassinado pelos seguranças da empresa Agropalma, no município de Tailândia, na região do Vale do Acará, no Pará, no dia 10/11;
  • Ana Paula Costa Silva e Aldecy Vitunno Barros, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, no acampamento Quilombo do Livramento Sítio Rancho Dantas, município de Princesa Isabel, no Sertão da Paraíba, no dia 11/11.

No dia 10/11, em Barra do Corda (MA), uma ação de cerca de dez policiais militares, contratados por um fazendeiro e suspeitos de integrar milícia, tentou expulsar uma comunidade; um deles foi morto, nove estão presos, sendo que dois feridos, no hospital.

Basta! A violência contra os povos do campo está aumentando de modo descontrolado, coincidentemente, no mesmo período em que o Governo instalou uma Comissão de Enfrentamento à Violência no Campo, sob o Decreto no 11.638, de 16/08/2023, do Presidente Lula.

Na semana passada, as Campanhas que assinam esta nota realizaram um seminário de autoproteção de defensores e defensoras, no qual estiveram presentes várias pessoas ameaçadas de morte em seus territórios; e divulgaram, ao final deste, a Carta de Brasília, na qual fazem recomendações a diversos órgãos e ao Governo Federal.

Urgentemente, exigimos do Governo e da Justiça maior celeridade no acompanhamento e julgamento destes casos, para que a impunidade não seja uma regra diante dos assassinatos no campo, bem como a proteção de todas as pessoas que sofrem ameaças no campo brasileiro.

É dever do Estado garantir a proteção dos defensores e defensoras de direitos humanos!

Conclamamos a sociedade brasileira para reivindicar justiça social e segurança, identificando e denunciando as causas e os responsáveis que ameaçam a vida e incentivam e promovem violências, como verdadeiros organizadores da morte matada.

Para que ocorra a paz é necessária a justiça. Que o Estado faça seu dever e proteja seu povo contra as diversas armas que matam quem defende a vida nesse país.

Basta de violência no campo!

Brasília, 14 de novembro de 2023

Campanha Contra a Violência no Campo

Campanha a Vida por um Fio

  1. Comissão Pastoral da Terra – CPT
  2. Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
  3. Associação Brasileira de Reforma Agrária – ABRA
  4. Movimento dos Atingidos pela Mineração – MAM
  5. Sociedade Maranhense de Direitos Humanos – SMDH
  6. Conselho Indigenista Missionário – CIMI
  7. Cáritas Brasileira
  8. Movimento Quilombola do Maranhão- MOQUIBOM
  9. Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
  10. Movimento Nacional de Direitos Humanos – MNDH Brasil
  11. Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares– CONTAG
  12. Centro Popular de Formação Vida e Juventude
  13. Rede Eclesial Pan Amazônica REPAM-Brasil
  14. Rede Igrejas e Mineração
  15. Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP)
  16. Centro de Assessoria e Apoio a Iniciativas Sociais – CAIS
  17. Serviço Interfranciscano de Justiça, Paz e Ecologia – Sinfrajupe
  18. Vivat International
  19. Fórum de Direitos Humanos e da Terra MT
  20. Observatório Nacional de Justiça Socioambiental Luciano Mendes de Almeida – OLMA
  21. Pastoral Carcerária Nacional
  22. Maparajuba Direitos Humanos na Amazônia
  23. Fetagri
  24. 6a Semana Social Brasileira
  25. Instituto Terramar
  26. Irmandade dos Mártires da Caminhada
  27. Mangue Jornalismo
  28. Rede Dataluta
  29. Assessoria do Bloco PT/PDT da Assembleia Legislativa do Paraná 30 Comissão Justiça e Paz de Brasília
  30. Comissão Justiça e Paz de Brasília

  31. Articulação Pacari Raizeiras do Cerrado 32 Rede de Notícias da Amazônia
  32. Rede de Notícias da Amazônia

  33. Ufopa
  34. Articulação Agro é fogo
  35. Memorial das Ligas e Lutas Camponesas
  36. Coletivo de Mulheres do Norte de Minas
  37. Associação comunitária do Sítio Boi – Casinhas/PE
  38. Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil
  39. Centro Palmares de Estudos e Assessoria por Direitos
  40. Rede de Educação do Semiárido Brasileiro – RESAB
  41. Grupo Tortura Nunca Mais – Bahia
  42. Movimento dos Atingidos por Barragens
  43. Centro de Direitos Humanos de Cristalândia Dom Heriberto – CHDC
  44. Centro de Direitos Humanos de Formoso do Araguaia -TO
  45. Movimento SOS Chapada dos Veadeiros
  46. Centro Popular de Formação da Juventude – Vida e Juventude
  47. Pastoral da Pessoa Idosa – Diocese de Patos-PB
  48. Comissão Pastoral da Terra do Piauí
  49. Grupo de Estudos: Desenvolvimento, Modernidade e Meio Ambiente (GEDMMA)
  50. Alternativas para Pequena Agricultura no Tocantins (APA-TO)
  51. Movimento Nacional da População de Rua – MNPR
  52. Fórum Estadual dos Usuários do SUAS – FEUSUAS-MA
  53. Pastoral da Mulher do Maranhão
  54. Serviço de Ação, Reflexão e Educação Socioambiental – SARES
  55. Fórum Ecológico de Bacabal
  56. Grupo de Estudos Território e Trabalho – GETTrab/UFMA
  57. Grito dos/as Excluídos/as
  58. IFMA Campus São Luís Maracanã
  59. Pastoral ecológica e CEBS (Lago do Junco Maranhão)
  60. Ufrpe
  61. Campanha Nacional em Defesa do Cerrado
  62. Rede Social de Justiça e Direitos Humanos
  63. Centro de Direitos Humanos Dom Máximo de Biennes – MT
  64. Articulação Pacari Raizeiras do Cerrado
  65. Movimento Fé e Política – PB
  66. Serviço Pastoral dos Migrantes – SPM
  67. Comissão de Promoção da Dignidade Humana (CPDH) – Arquidiocese de Vitória – ES
  68. Sindicato dos trabalhadores e trabalhadoras rurais de Jussara – Ba
  69. Sttr Cafarnaum

  70. Sindicato dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares de Irecê
  71. Rede de Agroecologia do Maranhão-RAMA
  72. Associação Agroecológica Tijupá
  73. Fórum Maranhense de Segurança Alimentar e Nutricional do Maranhão.
  74. Sindicato dos trabalhadores rurais de Central
  75. Associação de Aparecida Lago do Junco
  76. Rede Cerrado
  77. Coletivo de mulheres organizada do Norte de Minas
  78. Sindicato dos trabalhadores Rurais de Porteirinha
  79. CRB Nacional
  80. Movimento Leste Maranhense-Cerrado
  81. Rede de Mulheres das Marés e das Águas dos Manguezais Amazônicos do Maranhão e Piauí
  82. COMFREM Brasil
  83. Instituto Coletivo Amazônia Negra Maranhense

Arte: Reprodução

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