Operação investiga estrutura paralela que atuava na Abin para “monitorar ilegalmente autoridades públicas”
Redação Brasil de Fato
Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), uma estrutura paralela da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi usada para monitorar ilegalmente a promotora da Justiça do Rio responsável pela investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A informação foi divulgada pelo jornal O Globo, que teve acesso à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que embasou a Operação Vigilância Aproximada, deflagrada nesta quinta-feira (25). Um dos alvos é o deputado federal e pré-candidato a prefeito do Rio de Janeiro, Alexandre Ramagem (PL), que chefiou a agência durante o governo Bolsonaro.
“Ficou patente a instrumentalização da Abin, para monitoramento da Promotora de Justiça do Rio de Janeiro e coordenadora da força-tarefa sobre os homicídios qualificados perpetrados em desfavor da vereadora Marielle Franco e o motorista que lhe acompanhava Anderson Gomes”, diz trecho da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A promotora que sofreu espionagem, Simone Sibilio, deixou o caso Marielle em 2021. De acordo com o jornal O Globo, investigadores encontraram um resumo do currículo da promotora entre o material apreendido. Os documentos sobre autoridades teriam a mesma identidade visual de relatórios falsificados elaborados pela estrutura paralela da Abin.
Segundo a Polícia Federal (PF), o grupo atuava para “monitorar ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas”. Para isso, teriam sido realizadas invasões clandestinas à rede de infraestrutura de telefonia do país e usos indevidos de ferramentas de geolocalização de telefones celulares sem autorização judicial.
Edição: Clívia Mesquita
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Foto: Mídia Ninja