NetLab-UFRJ lança relatório sobre o uso da tragédia no RS em golpes, mentiras e fraudes

“Enchentes no Rio Grande do Sul: uma análise da desinformação multiplataforma sobre o desastre climático” é o nome do relatório lançado esta semana pelo Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (NetLab-UFRJ), denunciando diferentes mentiras divulgadas na internet, ‘aproveitando’ a tragédia no Rio Grande do Sul. E elas não envolvem apenas desinformação disseminada por redes e ‘influenciadores’, prejudicando gravemente os trabalhos em apoio às pessoas atingidas e ao estado: mostram também anúncios fraudulentos e golpes com links direcionando para sites falsos de arrecadação.

Como diz o NetLab na apresentação,

“As fortes chuvas no Rio Grande do Sul tiveram início em 27 de abril e ganharam força em 29 de abril. O grande volume de água atinge mais de 400 cidades, principalmente nas regiões do Vale do Rio Pardo e Vale do Taquari e na região
metropolitana de Porto Alegre. Esse é o maior desastre climático da história do RS.

A tragédia também é a quarta a atingir o estado em menos de um ano. Ainda assim, poucos recursos foram destinados à prevenção e preparação para esses eventos extremos.

Tanto o governo do estado, quanto a prefeitura de Porto Alegre haviam reduzido seus gastos com defesa civil nos últimos anos. Dos 34 parlamentares gaúchos, apenas uma destinou emenda para prevenção de desastres em 2024.

Mesmo diante do estado de calamidade pública, reportagens investigativas e iniciativas de checagem de fatos têm apontado para a ampla circulação de conteúdos desinformativos.

Tais conteúdos atrapalham trabalhos de assistência à população atingida pelas enchentes e são utilizados por personalidades que buscam lucrar com a tragédia, bem como obter engajamento ou apoio político.

Ao influenciar a política nacional por meio da disseminação online, a desinformação climática se tornou um dos principais motores da tragédia.

Fraudes similares ocorreram em outras tragédias e o ponto chave é a falta de regras para o ambiente online.

Plataformas são co-responsáveis pela falta de transparência, já que quando solicitadas a remover anúncios suspeitos, o fazem sem revelar às autoridades os dados dos responsáveis pela veiculação.

Além disso, há também o papel das empresas internacionais que permitem o registro de sites anônimos que são utilizados como plataformas para fraudes.”

No relatório, os pesquisadores fazem um “mapeamento qualitativo de influenciadores e narrativas de desinformação multiplataforma. / Raspagem e análise manual de anúncios sensíveis e não-sensíveis no Meta Ads”, reproduzindo também em imagens as mentiras e golpes analisados.

A pesquisa pode ser baixada AQUI.

 

 

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