Caubóis do carbono: empresário britânico, pecuarista paraense e ex-PM de SP estão por trás de projetos abusivos

Investigação jornalística mostra como cinco comunidades rurais do Pará, futura sede da COP30, foram enganadas e depois ameaçadas na nova corrida do ouro da floresta.

ClimaInfo

Surge mais uma denúncia de problemas em projetos ligados ao mercado voluntário de carbono. Apuração feita em parceria entre O Joio e o Trigo e Sumaúma conta como comunidades em Gurupá e Portal, no Pará, caíram em contratos abusivos e enganosos com duas empresas, Pará Redd e Redda+, além de sofrerem com ameaças.

Denúncias de contratos de longa duração, incerteza quanto aos recebimentos e inviabilização dos modos tradicionais de vida têm chegado ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos órgãos de promoção dos Direitos dos Povos Tradicionais.

Um ex-policial militar de São Paulo, Bruno Tavares da Silva, é sócio das duas empresas, mesmo sem histórico de atuação na área ambiental. Outras conexões estranhas ao mercado de carbono também envolvem um britânico ligado a uma administradora de ativos financeiros de Dubai e sócios de outras empresas que atuam na mesma área – inclusive uma delas alvo de ação da Defensoria Pública devido à grilagem para gerar créditos.

Na semana passada, outro esquema fraudulento envolvendo o mercado voluntário de carbono foi desbaratado pela Polícia Federal. Os suspeitos pretendiam utilizar mais de 3,5 milhões de hectares de terras griladas no Amazonas, área maior do que Alagoas, e construir pelo menos cinco pequenas centrais hidrelétricas.

Sumaúma

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