Governo do Amazonas espera que impactos da estiagem já sejam sentidos a partir do início de julho e prevê que 150 mil famílias serão afetadas.
A baixa nos rios da Amazônia já dá o tom do que deverá ser a seca na região neste ano, chamando atenção por se adiantar em 30 dias – será sentida a partir de julho – e com possibilidade de ser pior do que a de 2023. Somente no Amazonas, a previsão da Defesa Civil do estado é que 150 mil famílias sejam afetadas este ano. Pelo menos 30 secretarias e órgãos estaduais amazonenses se reuniram na 5ª feira (20/6) para discutir ações de enfrentamento à estiagem e combate às queimadas, destaca o Um só planeta.
O aumento dos focos de incêndio é uma das consequências do menor volume de chuvas na região. Segundo o Painel de Queimadas do Governo do Amazonas, até 19 de junho foram registrados 539 focos – um aumento de 140% em relação a igual período de 2023.
Outra preocupação é a disponibilidade de água. A Defesa Civil amazonense instalou 42 estações de tratamento este ano. E a Companhia de Saneamento do Amazonas prevê a implantação de outras 20 até o final de setembro.
Em outra frente, o governo federal destinou R$ 505 milhões para recuperar a capacidade de navegação dos rios Amazonas e Solimões, aponta a CNN Brasil. O investimento deve garantir a navegabilidade para a população e o escoamento de produtos e insumos do pólo industrial de Manaus.
Em Porto Velho (RO), o rio Madeira secou quase 3 m em 15 dias e fez com que a Defesa Civil da cidade decretasse “cota de alerta”, informa o g1. O nível do curso d’água caiu de 8,23 metros (1º de junho) para 4,15 metros em 19 de junho – a menor cota de 2024.
No mesmo período em 2023 o Madeira estava 4 metros acima dessa marca. A média para o mês é de 7 a 8 metros. Especialistas calculam que o ápice da estiagem seja em agosto e setembro.
O g1 também repercutiu a situação da bacia do rio Acre, que está em alerta máximo para seca. Apenas uma cidade do estado, Assis Brasil, registrou aumento do nível do manancial na semana passada, enquanto em Rio Branco houve estabilidade. Nas demais cidades houve diminuição.
A quantidade de chuvas no Acre está muito abaixo do habitual. O acumulado de chuvas no mês até 5ª feira em Rio Branco foi de 0,80 mm, e o esperado é 60 mm. Por isso, a Defesa Civil adiantou o plano de abastecimento de água em comunidades rurais, que se inicia, normalmente, em julho.
A seca na Amazônia não afeta apenas a região Norte – é um risco para todo o país. A Amazônia é uma exportadora de umidade, mas com a estiagem, está ajudando a secar outras regiões, como o Pantanal.
O g1 destaca dados do CEMADEN: em junho de 2023, quando a seca amazônica ganhou força, havia uma cidade sob seca extrema em todo o território nacional, e agora são 82. Outros 44 municípios tinham sido classificados como em estado de seca severa. Hoje são 735.
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Observatório do Clima