No Incra
O Incra reconheceu, por meio da Portaria nº 526, o território quilombola Graciosa, no município de Taperoá, localizado na região do Baixo Sul baiano. O documento foi publicado em 28 de junho (sexta), no Diário Oficial da União, e estabelece 606 hectares como área da comunidade.
Segundo a pedagoga, pesquisadora e moradora da Graciosa, Bárbara de Jesus Sacramento, por volta de 1840, o grupo se formou por pessoas que foram trabalhar no engenho de cana-de-açúcar da Fazenda Olaria. Após a falência do empreendimento, os trabalhadores permaneceram por lá e começaram a cultivar mandioca, dendê e arroz.
De acordo com Bárbara, apesar das intimidações e conflitos pela terra, a comunidade continuou preservando matas nativas e mantendo áreas de uso coletivo à beira do mangue. Ela testemunha que os moradores sempre tiveram a agricultura como atividade, com hortas e uso de ervas medicinais.
Culinária
Além do cultivo, a tradição da pesca artesanal e da mariscagem deu origem a uma culinária local própria, que revela fortemente a herança ancestral. Da necessidade de se alimentarem com recursos disponíveis, surgiu a moqueca de ostra com mamão verde, uma iguaria típica da comunidade, que se situa às margens da foz do rio Vermelho e próxima a matas onde os dois ingredientes são abundantes.
A portaria, a planta e o memorial descritivo do território quilombola Graciosa podem ser encontrados no Acervo Fundiário do Incra.
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Arte: Secom/PGR