Em caravana, Cimi e CPT apresentam os relatórios “Violência Contra Povos Indígenas” e “Conflitos no Campo” de 2023

A Caravana será realizada nos dias 16 e 17, em Boa Vista, e apresentará os Relatórios de Conflitos no Campo (CPT) e de Violência contra Povos Indígenas (Cimi) no dia 16 às 16h30, no Auditório do PPGSOF-UFRR

Por Comissão Organizadora da Caravana de Direitos Humanos – Roraima / Cimi

Discutir questões fundamentais de direitos humanos, violações e desafios em Roraima é o objetivo da Caravana de Direitos Humanos que será realizada em Boa Vista, nos dias 16 e 17 de agosto de 2024. Organizado pelo Comitê Xapiri e apoiado pelo Projeto Defendendo Vidas e Garantindo Direitos Expropriados, o evento faz parte da programação da Semana Social Brasileira das Pastorais Sociais e será uma oportunidade crucial para ouvir lideranças indígenas e lideranças dos movimentos sociais de Roraima.

Na sexta-feira (16), o evento é aberto ao público em geral, não requer inscrição prévia e será realizado na Casa de Caridade, no Centro da cidade. A programação conta com a presença e relato de três lideranças indígenas, entre eles o xamã Davi Kopenawa.

Discutir questões fundamentais de direitos humanos, violações e desafios em Roraima é o objetivo da Caravana de Direitos Humanos

No sábado, a partir das 16hs, haverá programação cultural com teatro e apresentação do grupo Afoxé Filhos e Filhas de Yemanjá, também aberto ao público. O restante da programação é direcionado a participantes dos movimentos sociais, sociedade civil organizada, lideranças indígenas e de bairros da capital.

Segundo a coordenação da Caravana, ao final das escutas e debates, haverá a escrita conjunta de uma carta de denúncias das violações de direitos, pedindo compromisso e a favor da vida dos povos indígenas e demais grupos que sofrem tendo seus direitos básicos infringidos. “Roraima é o estado com maior número de assassinato de indígenas e tem também um alto nível de violência contra mulheres e crianças, um alto índice de violência no campo. Então essa carta será escrita repudiando e responsabilizando o Estado, os parlamentares que precisam agir enfaticamente para a redução desses números e não agir contra esses grupos já fragilizados, como é o caso dos políticos pró-garimpo e contra os direitos dos indígenas”, disse Evilene Paixão, uma das organizadoras da Caravana.

“Roraima é o estado com maior número de assassinato de indígenas e tem […] um alto índice de violência no campo”

Gilmara Ribeiro, coordenadora do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Norte I, considera a Caravana importante para evidenciar e destacar as violações e violências que ocorrem em Roraima, nos diversos aspectos. “A proposta é reunir os movimentos sociais, entidades, grupos, universidade, para denunciar esse cenário e como incidir no governo”, explicou.

Ela destacou ainda a importância do lançamento do Caderno de Conflitos da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do Relatório de Violência Contra Povos Indígenas, dados de 2023, do Cimi, que ocorrerão durante a Caravana, no Auditório do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar da Universidade Federal de Roraima (PPGSOF-UFRR). “São dois instrumentos de grande importância que mostram a realidade do infeliz agravamento da violência em todos os âmbitos no Brasil, ocorridas no campo e nos territórios indígenas. Será feita uma apresentação dos dados nacionais e depois os dados mais locais, do Estado de Roraima”, explicou.

“A proposta é reunir os movimentos sociais, entidades, grupos, universidade, para denunciar esse cenário e como incidir no governo”

Paulo Moreira, articulador do projeto Defendendo Vidas e Garantindo Direitos Expropriados, uma articulação coletiva entre as entidades Sociedade Maranhense de Direitos Humanos (SMDH), Cimi, CPT e Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH), apoia a Caravana de Direitos Humanos em Boa Vista, uma vez que o objetivo do projeto é abraçar os povos e comunidades ameaçadas na luta por direitos humanos. “[O projeto] tem o foco e objetivo nos temas de proteção popular e articulação em rede”, disse Paulo, que mediará as rodas de conversa entre os movimentos sociais, com temas, também, relativos ao cuidado e autocuidado.

Programação

16 de agosto

Manhã: Casa da Caridade.

08h00. Abertura e acolhida.

8h20. Boas Vindas. Evilene Paixão e Paulo Moreira

08h30. Mesa de escuta do povo Yanomami

– Dário Kopenawa, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami.

– Gilmara Ribeiro, coordenadora do Cimi Regional Norte I.

– Júlio Yekuana, presidente da Associação Wanassedume Ye´kwana.

– Davi Kopenawa, presidente da Hutukara Associação Yanomami.

11h00. Roda de conversa sobre ações do governo federal relacionadas à desintrusão da Terra Indígena Yanomami, com Nilton Tubino, diretor da Casa de Governo em Roraima.

Tarde. Auditório do PPGSOF-UFRR

14h30 – Seminário sobre conflitos agrários e fundiários em Roraima.

Noite. Auditório do PPGSOF-UFRR.

18h30. Lançamento: Caderno de Conflitos da CPT e Relatório de Violência Contra Povos Indígenas, dados de 2023, do Cimi.

17 de agosto

Manhã. Casa da Caridade.

08h30. Roda de conversa com movimentos sociais sobre direitos humanos e violações no estado de Roraima.

Tarde. Casa da Caridade.

14h30. Sessão sobre cuidado e autocuidado.

16h00. Apresentação da peça teatral “Terra, Pão e Arte”, Movimento dos Sem Terra (MST).

17h30. Exibição do filme “Marihi: a árvore dos sonhos “, de Mozaniel Yanomami.

18h30. Lançamento dos livros “Árvore dos Sonhos”, de Hanna Limulja, e “Diários Yanomami”.

18h30. Apresentação Afoxé Filhos e Filhas de Yemanjá.

Convidados Especiais:

Líderes Yanomami Davi Kopenawa e Mozaniel Yanomami (autor do filme “Árvore dos Sonhos”)

Representantes de movimentos sociais: como Núcleo de Mulheres deRoraima (Numur), MST, Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Movimento Negro Unificado, RAP, Terreiros, Movimento Quilombola e Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos (PPDDH).

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