Teia Maranhão denuncia agronegócio

15º Encontrão da Teia Maranhão reúne 1500 representantes de comunidades tradicionais para denunciar os impactos do agronegócio sojeiro na região de Timbiras

Fundação Rosa Luxemburgo

Cerca de 1500 representantes de comunidades indígenas, quilombolas, quebradeiras de coco babaçu, pescadoras, camponesas e outras estarão reunidos, entre os dias 25 e 30 de agosto, na comunidade camponesa Alegria, Território Campestre, em Timbiras-MA, para o 15º Encontrão da Teia Maranhão.

Articulado por organizações como Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP), Movimento das Pescadores e Pescadores Artesanais (MPP), Movimento Quilombola do Maranhão (Moquibom) e Movimento Interestadual de Quebradeiras de Coco Babaçu (Miqcb), o encontro da Teia Maranhão deste ano deve focar no enfrentamento aos conflitos gerados pelo agronegócio sojeiro na região de Timbiras, município que compões o chamado MATOPIBA. O encontro da Teia é apoiado pela Fundação Rosa Luxemburgo.

Timbiras virou manchete em vários meios de comunicação nos primeiros meses de 2024 em função de uma série de ataques às comunidades rurais, principalmente por meio de pulverização criminosa de agrotóxicos por parte de fazendeiros, mas também de invasões e desmatamento. Já em julho, a comunidade Alegria, que receberá o encontro, foi alvo de um ataque de grileiros, que já desmataram cerca de 600 hectares no território da comunidade, como denunciaram os agricultores.

Um dos maiores problemas enfrentados pelos camponeses de Alegria é a falta de demarcação definitiva do território, a cargo do Incra. A lentidão, por parte do governo, para dar andamento à regularização fundiária, intensifica ainda mais os conflitos. Foi para denunciar a situação e fortalecer a comunidade que a Teia Maranhão elegeu Alegria para acolher o encontro, cujo chamado é “Na retomada da luta, a vida floresce e o Bem Viver acontece do jeito que a gente quer”.

Além dos conflitos específicos da região, o evento também aprofundará os debates sobre as resistências a outras ameaças aos territórios indígenas, quilombolas e tradicionais do estado, como o projeto porto-ferroviário Grão Pará Maranhão, que pretende ocupar o território da comunidade quilombola da Ilha do Cajual, em Alcântara, e construir uma nova ferrovia de 520 km entre Alcântara e Açailândia, atravessando dezenas de assentamentos de reforma agrária e vários territórios quilombolas, além de tangenciar seis Terras Indígenas.

Serviço:

15º Encontrão da Teia de Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão
Onde: comunidade Alegria, Território Campestre, em Timbiras-MA
Quando: 25 a 30 de agosto de 2024

Imagem: Teia dos Povos e Comunidades Tradicionais do Maranhão (foto: Verena Glass)

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