Vereadora eleita, Eliete Paraguassu foi entrevistada na Rádio Metropole, nesta segunda-feira (14)
Por Metro1
Primeira vereadora quilombola eleita em Salvador, Eliete Paraguassu (Psol) conquistou 8.479 votos nas urnas, levantando a bandeira do combate ao racismo ambiental e defesa aos direitos das comunidades tradicionais, em especial da Ilha de Maré, território de Salvador. Em entrevista à Rádio Metropole nesta segunda-feira (14), ela relembrou seu histórico de luta e os problemas enfrentados por sua comunidade, território mais negro de Salvador.
“Sofri muita perseguição política, empresários que tentam roubar as ilhas da baía de Todos-os-Santos, Ilha de Maré está nessa roda. De espancamento, tentativa de assassinato e ameaça à minha família […] tive que sair do Brasil para não ser assassinada, depois tive que me esconder um tempo em outro lugar aqui em Salvador”, lembrou a vereadora eleita.
Segundo Eliete, os serviços públicos na Ilha de Maré só passaram a ser oferecidos após a comunidade se unir para entrar na Justiça contra o município. Da coleta de lixo ao posto de atendimento, apontou ela. Para a vereadora eleita, Ilha de Maré é um território “adoecido em nome do capital e do desenvolvimento ganancioso que tem naquela região”.
“A gente precisa dialogar sobre a Baía de Todos-os-Santos, que é uma APA [Área de Proteção Ambiental] e está sendo violada em nome dessa ganância desenfreada da Câmara Municipal, de botar essa estrutura como um balcão de negociação”, afirmou. “Não é justo, a gente está falando de produtores de alimentos, de economia das águas. As pessoas vêm a Salvador para comer moqueca e não existe economia na cidade para essa produção. Esses produtores de alimentos precisam estar na pauta da Câmara Municipal de Salvador”, acrescentou.
Confira a entrevista na íntegra: