“Memórias da resistência: museus, democracia e justiça 60 anos depois do golpe de 1964”: MHN, 30 e 31 de outubro

Na próxima semana, nos dias 30 e 31, acontece o Seminário do Museu Histórico Nacional 2024, que traz um tema muito sensível, que é “Memórias da resistência: museus, democracia e justiça 60 anos depois do golpe de 1964”. Esse será um encontro dedicado à reflexão sobre as memórias de experiências de resistência vividas por pessoas e comunidades no contexto de processos autoritários. Todo o evento será transmitido pelo YouTube e haverá emissão de certificado. Confira a programação:

MESA 1
30 de outubro (quarta-feira), 10h
60 anos de golpe de 1964: usos do passado, negacionismo, justiça de transição e reparação
Mediação: Pedro Heringer (MHN)

A proposta da mesa de abertura do Seminário é reunir reflexões a respeito de modos possíveis de mobilização de acervos relacionados às resistências e à repressão estatal ao longo do período da ditadura civil-militar (1964-1985) por parte de instituições de memória, de movimentos sociais e de processos de reparação por meio do sistema judicial. A intenção, ainda, é de realizar discussão acerca dos usos do passado autoritário no Brasil e suas reverberações na contemporaneidade.

Convidados:

Luciana Lombardo
Professora de História, assessorou a Comissão Estadual da Verdade do Rio. Integra a Comissão da Memória e Verdade da UFRJ e lidera o Centro de Referência Memórias Reveladas do Arquivo Nacional

Marlon Alberto Weichert
Procurador Regional da República em São Paulo. Foi Procurador Federal dos Direitos do Cidadão Adjunto entre 2016 e 2020. Atua na área da justiça transicional, tendo sido um dos precursores do tema no Brasil. Em 2020, foi nomeado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos como membro do Grupo Interdisciplinar de Especialistas Independentes (GIEI) para a Bolívia, que investigou atos de violência e violação aos direitos humanos ocorridos no contexto da crise eleitoral de 2019. Mestre em Direito do Estado pela PUC de São Paulo e pesquisador do Center for Human Rights and Global Justice, da New York University. Fez sua graduação em direito na Universidade Federal Fluminense.

Rafael Maul
Professor de História do Departamento de Educação do Campo, Movimentos Sociais e Diversidade da UFRRJ. Diretor do Grupo Tortura Nunca Mais-RJ. É mestre e doutor em história pela Universidade Federal Fluminense, com estudos de pós-doutorado em Psicologia. Realiza pesquisas nas áreas da história social do trabalho e da violência de Estado no Brasil.

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MESA 2
30 de outubro (quarta-feira), 14h
Resistência à ditadura: representações na América Latina
Mediação: Moana Soto (MHN)

O propósito da mesa é o de ser espaço de debate para representantes de museus, memoriais, coleções e acervos que convidam suas sociedades a conhecer os processos autoritários vividos; a refletir sobre as condições que conduziram a essas experiências dolorosas; a reconhecer seus impactos negativos para a vida social e democrática; e a fortalecer a função pedagógica das iniciativas de memória, contribuindo para que tais processos não se repitam.

Convidados:

Ana Pato
Doutora em Arquitetura e Urbanismo. Diretora Técnica do Memorial da Resistência de São Paulo. Foi curadora de diversas exposições, sendo a mais recente “Mulheres em luta! Arquivos de memória política” (2023). Autora de Literatura Expandida arquivo e citação na obra de Dominique Gonzalez-Foerster (2012).

Maria Luísa Rojas
Bibliotecária e pesquisadora de Direitos Humanos. Professora da Universidade do Chile e membro do Grupo de Trabalho MEMORIAS-Sites de memória. Responde pela área de Coleções e Pesquisa do Museu da Memória e dos Direitos Humanos do Chile.

Mayki Gorosito
Diretora Executiva do Museu Sítio de Memória ESMA – Ex Centro Clandestino de Detenção, Tortura e Extermínio. Licenciada em Ciências da Educação e especialista em cooperação internacional e integração regional latino-americana. Atuou como Diretora Geral de Relações Internacionais do Governo da Cidade Autônoma de Buenos Aires.

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MESA 3
31 de outubro (quinta-feira), 10h
Memórias da resistência: experiências brasileiras
Mediação: Maria Isabel Lenzi (MHN)

A mesa se propõe a tratar iniciativas de memória voltadas a diversas formas de resistência presentes na história brasileira, abordando os modos pelos quais as diferentes pessoas e os distintos grupos resistiram a opressões e injustiças ao longo do tempo, desde a escravidão até as práticas autoritárias mais recentes. A discussão incluirá análises de movimentos sociais, manifestações culturais e estratégias de sobrevivência e luta, destacando a importância da memória coletiva na preservação dessas experiências. O objetivo é oferecer uma visão abrangente sobre como a resistência moldou e continua a influenciar o Brasil, promovendo uma reflexão crítica sobre os legados dessas lutas e suas implicações para o presente e o futuro do país.

Convidados:

Ana Paula Brito
Filha de Dona Vanda e mãe da Ana Clara, é pós-doutoranda na FAU/USP com bolsa FAPESP. Tem formação em História e Museologia, com doutorado na PUC/SP e mestrados na UFRGS e UFPel. Pesquisa a memória de violências e coordena a REBRAPESC, além de ser criadora do podcast “Memoria para que”.

Maria Helena Versiani
Doutora em História, Política e Bens Culturais, com Pós-Doutoramento em História; pesquisadora do Museu da República e Coordenadora da Pesquisa Histórica do Nosso Sagrado. Filha de Dona Hilda e de João, irmã caçula de uma grande família de irmãos, primos e amigos, que cantam e dançam e que tudo me inspiram. Mãe de Isadora, alegria de viver.

Mãe Nilce de Iansã
Iyá Egbe do Ilê Omolú Oxum (Rio de Janeiro) e Coordenadora da Rede Nacional de Religiões Afrobrasileiras e Saúde. Cresceu e aprendeu tudo o que sabe com a sua bisavó Iyá Davina de Omolu, com a sua mãe, Ekedy Dininha de Oxóssi, e com a sua tia e mãe de santo, Mãe Meninazinha de Oxum. Costuma dizer que não entrou no candomblé, mas sim nasceu dentro do candomblé. A mãe de santo do terreiro de Casa Grande de Mesquita, Tia Pequena de Oxalá, foi quem fez o seu parto, em 1951.

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MESA 4
31 de outubro (quinta-feira), 14h
Os fantasmas da ditadura no Brasil contemporâneo: avanços democráticos, desafios persistentes
Mediação: Patrícia Mafra (MHN)

O objetivo da mesa é refletir sobre os avanços, limites e desafios na consolidação democrática no Brasil recente, tomando como recorte instituições de memória envolvidas nesse processo. Nesse sentido, interessa-nos pensar como as persistências autoritárias e as novas dinâmicas do capitalismo representam entraves à efetivação da democracia. Por fim, consideramos urgente sondar experiências, perspectivas e agenciamentos possíveis no aprofundamento da democracia e da justiça social no Brasil.

Convidados:

Átila Tolentino
Graduado em Letras pela UnB. Mestre e doutor em Sociologia pela UFPB. Membro da Rede de Educadores em Museus da Paraíba. Pesquisador na Rede de Pesquisa e (In)Formação em Museologia, Memória e Patrimônio da UFPB e no grupo de pesquisa Museologías Insurgentes en Nuestra América da Universidade Lusófona. Atua no Instituto Brasileiro de Museus.

Caroline Bauer

Professora do Departamento de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Integrante do Laboratório de Estudos sobre os Usos Políticos do Passado (Luppa). Pesquisa a ditadura civil-militar brasileira, com financiamento do CNPQ.

Para outras informações, faça contato pelo endereço eletrônico [email protected]

Enviada para Combate Racismo Ambiental por Sonia Maria Rummert.

 

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