Na Funai
A Operação de Desintrusão da Terra Indígena Munduruku, no Pará, contabiliza 419 ações de combate ao garimpo ilegal com a destruição de 91 motores, 27 retroescavadeiras, 53 acampamentos e veículos utilizados nas atividades ilegais. Com pouco mais de dois meses, a operação já causou um prejuízo financeiro acumulado aos criminosos que praticam o garimpo ilegal na terra indígena que ultrapassa R$ 97,5 milhões. Iniciada em 9 de novembro de 2024, a operação é realizada por mais de 20 órgãos do Governo Federal, entre eles, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), sob coordenação da Casa Civil.
Também foram apreendidos equipamentos eletrônicos e ferramentas logísticas utilizadas para sustentar as atividades criminosas. A operação enfrenta a migração de garimpeiros para áreas próximas, como a Área de Proteção Ambiental Tapajós, e as tentativas de burlar fiscalizações por meio de rotas alternativas e pequenos transportes.
Segundo a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, com essa iniciativa, o Brasil reafirma seu papel na proteção das florestas e dos povos indígenas. “[Eles] são os maiores guardiões da biodiversidade”, afirma. Para ela, o trabalho repercute para além dos limites do território, consolidando o compromisso do Brasil com a preservação da Amazônia e dos direitos dos povos originários, além de reafirmar a posição do País na busca de soluções duradouras para proteger o meio ambiente e os direitos humanos.
O esforço para retirar ocupantes ilegais de áreas protegidas e impedir a exploração em terras indígenas é um passo para restaurar a justiça histórica e preservar a Amazônia como patrimônio da humanidade. É o que defende o coordenador-geral da Operação de Desintrusão da Terra Indígena Munduruku, Nilton Tubino.
Segundo ele, com a ampliação da presença do Estado na região, a operação também trouxe impactos para as comunidades locais. “O reforço da presença de agentes federais cria um ambiente de segurança e fortalece o tecido social da região, reduzindo as tensões provocadas por invasores e incentivando a reconstrução das dinâmicas comunitárias”, afirmou.
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Foto: Vinícius Mendonça/Ibama.