Alerj aprova projeto que inclui no Livro dos Heróis e Heroínas do Estado do Rio os nomes de escravos responsáveis pelo reflorestamento da Floresta da Tijuca, entre 1861 e 1874
Por Quintino Gomes Freire, em Diário do Rio
A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) aprovou, nesta terça-feira (25), em primeira discussão, o Projeto de Lei 605/23, que propõe a inclusão dos nomes de onze negros escravos no Livro dos Heróis e Heroínas do Estado do Rio de Janeiro. A proposta, de autoria das deputadas Dani Monteiro (PSOL) e Tia Ju (REP), homenageia os trabalhadores responsáveis pelo reflorestamento da Floresta da Tijuca e das Paineiras, entre os anos de 1861 e 1874. O texto ainda precisa ser aprovado em segunda votação.
Os homenageados são: Eleutério, Constantino, Manoel, Mateus, Leopoldo, Maria, Sabino, Macário, Clemente, Antônio e Francisco. Todos foram escravos e atuaram no maior esforço de recuperação ambiental da história da cidade, com o plantio de mais de 100 mil árvores nativas da Mata Atlântica, em um período crítico de crise hídrica causada pelo desmatamento em função da monocultura do café e da cana-de-açúcar.
“Numa forte conjuntura de racismo ambiental, a contribuição dos negros Eleutério, Constantino, Manoel, Mateus, Leopoldo, Maria, Sabino, Macário, Clemente, Antônio e Francisco foi fundamental para que esta iniciativa de reconhecido sucesso socioambiental de fato acontecesse e atendesse toda a região metropolitana do Rio de Janeiro”, afirmou Dani Monteiro. “É muito importante resgatar memórias e ressaltar iniciativas que ajudam na preservação do meio ambiente, diminuindo as catástrofes ambientais e gerando mais qualidade de vida para a população fluminense.”
O Livro dos Heróis e Heroínas do Estado do Rio de Janeiro foi instituído pela Lei Estadual 5.808/10, com o objetivo de reconhecer e preservar a memória de personalidades que tenham prestado relevantes serviços à sociedade fluminense.
–
Rio de Janeiro – Floresta da Tijuca – Foto: Alexandre Macieira|Riotur