Em recado ao IBAMA e ao MMA, Magda Chambriard diz que há “poucas vozes dissonantes” no governo sobre a concessão da licença
A Petrobras se reunirá com o IBAMA na próxima 3ª feira (12/8) para decidir a realização da Avaliação Pré-Operacional (APO) no bloco FZA-M-59, na Foz do Amazonas. É mais uma etapa do processo de licenciamento ambiental do poço para explorar combustíveis fósseis que a petroleira quer perfurar na área.
O licenciamento, portanto, continua em andamento, apesar das três recomendações de técnicos do órgão ambiental para negar a licença, seguindo estritamente as leis ambientais. Ainda assim, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, não perde qualquer oportunidade de pressionar (e criticar) o órgão ambiental e, de quebra, o Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Em entrevista a’O Globo, repercutida por Poder 360, Money Times e Brasil 247, Magda disse que a APO, uma simulação de vazamento de petróleo e atendimento à fauna, é o “último passo” para a licença, embora a decisão não seja dela. E completou: “O debate hoje [da perfuração na Foz] já está beirando o consenso. Tem muito poucas vozes dissonantes”. Para bom entendedor, pingo é gota de petróleo.
Para aumentar a pressão pela licença para o bloco 59, a executiva falou em cifras. Segundo Magda, a empresa está gastando R$ 4 milhões por dia para manter a plataforma que escolheu para perfurar o poço.
Magda ainda negou a existência do grande sistema recifal amazônico. “Tempos atrás se dizia que tinha coral lá, e hoje todo mundo já sabe que não estava lá. Os argumentos vão caindo um por um”, disse. Mas o que a presidente da Petrobras chama de “argumento caindo” é um dado científico.
- Em tempo: A licença de operação para o centro de fauna instalado pela Petrobras em Belém, dada pela Secretaria de Meio Ambiente do Pará, foi anexada ao processo de licenciamento do poço no bloco 59 no sistema eletrônico de informações do IBAMA no início da semana, segundo a Agência Infra. Foi a primeira unidade do tipo indicada pela companhia para atuar no resgate de animais oleados em caso de vazamentos de petróleo na região. Mas como Belém está a 800 km do bloco, o órgão ambiental exigiu uma estrutura similar em Oiapoque, a 160 km da área. Na semana passada, o IBAMA aprovou as seis embarcações propostas pela petrolífera para fazerem parte do Plano de Emergência Individual (PEI) da perfuração do poço, informa a eixos.
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Fernando Frazão/Agência Brasil
