Advogada é a primeira mulher indígena a defender tese doutorado na UFPA

Na UFPA

A advogada e mestre em Gestão Ambiental Maria Ernestina Garreta Chindoy é a primeira mulher indígena a defender uma tese de doutorado na Universidade Federal do Pará. A pesquisa foi defendida por meio do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da UFPA. A defesa ocorreu nesta segunda-feira, 16 de maio de 2016, no miniauditório do NAEA.

Com o tema Mandatos Nacionales y Realidades Locales: Análisis de La Política Pública Del Agua en La Frontera Amazónica, a atual doutora em Ciências Socioambientais Maria Chindoy, natural da comunidade Inga de Condagua, na Colômbia, desenvolveu análises sobre a forma como as políticas das águas, em âmbito nacional, são vivenciadas em cidades de fronteira da Região Amazônica.

Análises

Durante o desenvolvimento da tese, a doutora respondeu a algumas perguntas relacionadas ao processo político da água em comunidades distante dos grandes centros. “Como está a água potável bem longe do centro do Brasil? Como está essa água lá na fronteira? Essa política contribui para diminuir a desigualdade social dos povos que estão longe? A política é distribuída muito desigualmente. Os povos conhecem a política, mas eles precisam recorrer a outras estratégias para consumir esta água”, afirmou.

Outra preocupação de Maria Chindoy era entender as formas utilizadas por esses povos, para usufruir desse recurso natural. “Também fiz análises sobre as estratégias que eles têm. Eles pegam água da chuva e tratam a água para beber e utilizar na cozinha.”

Desafios e Conquistas

A tese foi aprovada com louvor pela banca examinadora. Segundo a estudante, esta conquista é resultado de um longo processo de adaptação cultural e, principalmente, linguística. Maria conta que, ao iniciar seu doutorado, sentiu uma imensa dificuldade para compreender o idioma.

“Quando eu assisti à primeira aula, eu não entendia nenhuma palavra que a professora falava, foi muito difícil, porque eu não falava português. Eu me comunicava com a professora em espanhol, pois ela compreendia. Disse que não havia entendido nada, e perguntei o que iria fazer, ela me disse para continuar, então eu fiquei. Com o passar das aulas, eu comecei a entender. Este foi um processo difícil, mas todos os professores do NAEA foram muito importantes para minha vitória”, ressaltou.

Texto: Edielson Shinohara – Assessoria de Comunicação da UFPA
Fotos: James L. Parra Monsalve

 

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