por Redação RBA
Em entrevista hoje (2) à Rádio Brasil Atual, Marina Ganzarolli, advogada e cofundadora da Rede Feminista de Juristas, a DeFEMde, lançada terça-feira (31) por mulheres de diversas áreas do Direito, disse que o objetivo é combater a desigualdade e a violência de gênero e colaborar para a emancipação feminina por meio do atendimento jurídico a vítimas.
“A Rede atua no atendimento gratuito de vítimas de violência, principalmente, nas universidades. Nós não pegamos os casos, mas fazemos a orientação jurídica inicial de forma gratuita. Além disso, temos a isenção de ocupar a esfera pública com teses jurídicas feministas, para construir pareceres que valorizam o depoimento da vítima nos casos de violência contra a mulher”, diz.
Marina também afirma que as juristas não compactuam com “a ilusão de neutralidade dos operadores do Direito”. Segundo ela, as instituições jurídicas e legislativas ainda atuam de forma patriarcal e machista. “A sociedade tem um problema estrutural que é o machismo e o patriarcado. Essas opressões se reproduzem na delegacia, no Ministério Público, no Judiciário, no Legislativo. Então, obviamente os operadores também reproduzem essa cultura machista e patriarcal. Portanto, nosso objetivo é disputar e ocupar esses espaços.”
Para Marina, o caso de estupro coletivo sofrido por uma adolescente no último dia 26, no Rio de Janeiro, “escancarou” a realidade da mulher no Brasil. “A violência contra a mulher é a expressão máxima de uma desigualdade de poder que existe em todas as esferas. Então, nós buscamos aumentar o empoderamento das mulheres no Brasil, tanto na parte de direitos, quanto na área do conhecimento”, afirmou.
—
Imagem: Integrantes da Rede não compactuam com ‘a ilusão de neutralidade dos operadores do Direito'(Brasil de Fato/Flickr)