As instituições estão funcionando. Aos tapas

Por Fernando Brito, em Tijolaço

O leitor de notícia que não o faz através dos blogs ficou sem saber porque e para quem era o destampatório feito ontem pelo Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, contra “”figuras de expressão nacional que deveriam guardar imparcialidade e manter decoro ”

A nossa grande imprensa, chapa mais branca do que nunca com este governo certamente acha normal o mais alto representante do Ministério Público  e um ministro do Supremo estapearem-se verbalmente em público. Se bobear, diz até que “é sinal de que as instituições estão funcionando”.

O fato é que desde que a República de Curitiba começou a fazer do vazamento o método para produzir, com a mídia, um prazer mórbido por ver os “lulopetistas” (ainda que fossem, na maioria, pessoas  que já andavam desde antes de Fernando Henrique metidas em cargos de direção da Petrobras) colocou-se em  funcionamento uma máquina doentia que tornou-se descarada e incontrolável.

No início, quando era restrita aos que “vêm ao caso”, nem Gilmar Mendes dizia que era “uma brincadeira com o Supremo” – aliás, ele não considerou brincadeira Sérgio Moro mandar divulgar gravações de diálogos entre Lula e Dilma quando o caso já tinha sido avocado pelo STF – nem Rodrigo Janot dava chilique para afirmar que seus rapazes são à prova de vazamento.

Enquanto dava para mandar para o arquivo casos como o de Aécio Neves e Furnas, estava tudo dentro da lei.

Estava fora e continua. Não importa que eu não goste dos personagens, mas o que a PGR faz, hoje, atrás da Época, noticiando inquéritos sobre Romário Faria(PSB), Rodrigo Maia (DEM) e Antônio Imbassahy (PSDB)  logo a seguir a uma matéria laudatória a Janot o que é,  indício de vazamento?

A política está transformada numa torpe exibição de sujeiras. Umas, ilegais, corruptas e de ladroagem mesmo. Outra, a da hipocrisia, porque numa eleição que se financiava por empresas, como obter o dinheiro delas senão pedindo. Será que o Odebrecht vai bater aqui em casa e me oferecer um dinheiro para me ajudar numa eventual (deus me livre) campanha para deputado?

Se você, hoje, foi desfiado com uma destas brincadeiras de Facebook para dizer quem são as dez ou quinze pessoas politicamente mais importantes no Brasil, dificilmente haverá entre elas alguém com voto popular, a começar do ocupante da Presidência. O resto vai ser juiz, promotor, delegado, ministro do Supremo. E o único “com voto” da lista, para nossa desgraça, vai ser o poderoso Eduardo Cunha.

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