Pontífice pede aos meios de comunicação a deixar os conteúdos sem valor informativo
O papa Francisco comparou os meios de comunicação que divulgam rumores sem fundamento e escândalos falsos com as pessoas que têm uma fixação sexual com os excrementos. Jorge Mario Bergoglio acrescentou que consumir notícias falsas é como comer fezes e lamentou o aumento da “desinformação” e sua possível influência nas eleições presidenciais dos EUA.
“A desinformação é provavelmente o maior pecado que um meio de comunicação pode cometer, porque dirige a opinião pública e uma direção única e omite parte da verdade”, observou em uma entrevista para a publicação belga Tertio, publicada na quarta-feira. O pontífice instou os veículos de comunicação a fazerem um jornalismo mais claro, transparente e a não cair na coprofilia, a atração pelo fecal.
As notícias falsas têm sido objeto de atenção nas últimas semanas, especialmente na imprensa anglo-saxônica, depois que foram apontadas como um possível fator na determinação da saída do Reino Unido da União Europeia e na vitória de Donald Trump nas eleições de 8 de novembro passado.
Esta não foi a primeira vez em que o Papa se referiu nesses termos ao impacto das notícias falsas. “Os jornalistas se arriscam a contrair a doença da coprofilia e, assim, fomentar a coprofagia (consumo de fezes), que é um pecado que afeta homens e mulheres”, disse ele ao jornal La Stampa um ano antes de ter sido eleito como líder maior da Igreja Católica.