Obras inciam em 2017 e devem atender a região agrícola do sul do estado
A partir de 2017, Mato Grosso do Sul contará com o primeiro laboratório referência em análise e monitoramento de resíduos de agrotóxicos em águas superficiais do estado. As obras serão realizadas na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados (MS), e só foram viabilizadas graças à parceria entre instituições de pesquisa, meio ambiente e o Ministério Público.
O projeto, orçado em mais de R$ 4 milhões, foi financiado pela Embrapa (R$ 1,69 milhões), Ministério Público Federal (R$ 350 mil), Ministério Público do Trabalho (R$ 400 mil), Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (524 mil) e Instituto de Meio Ambiente de Dourados (R$ 606 mil). A expectativa é de que as obras sejam iniciadas já no próximo ano e atendam cerca 200 amostras de água por mês.
O novo laboratório, de 361 m², irá monitorar as bacias hidrográficas dos rios Ivinhema, Dourados e Amambai, na região sul do estado – áreas de intensa atividade agrícola, especialmente soja, milho e cana-de-açúcar. Atualmente, o monitoramento de águas superficiais em Mato Grosso do Sul não considera resíduos de agrotóxicos nem analisa 20 diferentes tipos de produtos não previstos na legislação.
Além da possibilidade de uma análise qualitativa mais aprofundada, o laboratório a ser construído deve agilizar o processo de monitoramento das águas dos rios de MS. Hoje o trabalho é limitado, já que as amostras precisam ser encaminhadas ao Laboratório Evandro Chagas, em Belém do Pará.
Para as instituições parceiras no projeto, o laboratório terá duplo benefício: as instituições públicas de fiscalização terão análises técnicas sobre possíveis contaminações com agrotóxicos e a Embrapa pretende utilizar as informações coletadas para fins científicos e desenvolvimento de procedimentos e tecnologias sustentáveis.
O projeto tem duração de dez anos, com renovação a cada dois anos mediante a apresentação dos resultados pela Embrapa. A partir das análises, será gerado relatório anual com os resultados técnico-científicos (quantitativo e qualitativo) do monitoramento das águas superficiais com acesso público.
Além disso, os Ministérios Públicos podem solicitar à Embrapa os resultados parciais sobre o estado dos rios e lagos, a respeito da presença ou não de resíduos de agrotóxicos. As informações permitirão aos órgãos de fiscalização apurar e identificar quais são as atividades que causam efetivamente o dano ambiental.
A longo prazo, o objetivo do projeto é influir na mudança de comportamento e na busca por novas alternativas, com a substituição gradual do uso de agrotóxicos.
* Com informações: Embrapa Agropecuária Oeste
Beleza! Parabéns pela iniciativa! Um belo avanço para o monitoramento ambiental !