No Proinfes
Em audiência com dirigentes do Proifes-Federação, a secretária executiva do ministério da Educação (MEC), professora Maria Helena Guimarães de Castro, defendeu veementemente a cobrança de mensalidades nas universidades e institutos federais. A reunião, em Brasília, ocorreu no dia 16 de fevereiro passado.
Os dirigentes do Proifes haviam marcado o primeiro encontro do ano como governo para apresentar a pauta de reivindicações da categoria: pontos não implementados do acordo de 2015, isonomia da carreira EBTT e o reajuste salarial deste ano. Mas a conversa, de quase uma hora, foi praticamente toda sobre as contas das universidades.
“Eu sou de universidade, defendo a educação pública, mas acho que temos de olhar para a situação real. Não podemos criar situações incompatíveis com o mundo que estamos vivendo, de queda de receita, de mudança no paradigma da economia do país. Nós só aumentamos em folha de pagamento”, começou a secretária, antes mesmo de Eduardo Rolim, presidente do Proifes, terminar de apresentar a pauta.
Logo depois a secretária citou as realidades do ensino superior em Portugal, Inglaterra, França e Alemanha. “Aliás, nem sei ainda que países têm universidades públicas plenamente gratuitas para todos, independente da situação socioeconômica. O Brasil não pode ficar fora do mundo real”, disse maria Helena.
Foi quando Rolim comentou: “A nossa posição sempre foi de que a graduação e a pós-graduação não devem ser cobradas, até por questão de realidade nacional, diferente do Brasil para os outros países”. E a secretária interferiu: “Ah, mas vai ser. Sinto muito, mas vamos (cobrar mensalidades)”.
Maria Helena acredita que a USP, em crise financeira, logo começa a cobrar mensalidade. “E quando a maior universidade pública do país começar a cobrar, as outras vão cobrar, porque você quebra uma barreira”, disse a secretária.
Rolim tentou argumentar que a medida exigiria uma reforma constitucional. “Mas tudo é possível”, rebateu Maria Helena. “Não acabamos de votar várias PECs? Até a PEC do Teto nós votamos”, concluiu. Rolim voltou o assunto à pauta de reivindicações do Proifes. Maria Helena saiu mais cedo da reunião e o governo ficou de marcar novo encontro com a Federação.
FHC
A necessidade de cobrança de mensalidade nas universidades federais foi fortemente defendida pelos governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de 1995 a 2002, período em que maria Helena ocupou a presidência do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e a mesma secretaria executiva do MEC.
O assutno ficou fora da pauta nacional por 13 anos, durante os governos do PT, momento em que as universidades e institutos federais, sob efeito do Reuni, experimentaram o maior crescimento de sua história.
E voltou a ser mencionado em editoriais de jornais nacionais ano passado, assim que Michel Temer (PMDB) assumiu a presidência da República.
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Destaque: Roberto Weigand.
A nossa realidade é e sempre será nunca ter educação de qualidade sistema de saúde moradia digna salário digno mais nossos políticos tem o que não temos e muita coragem.para nos estorquir e um bando que lhes dão apoio.
O povo sempre leva a pior, temos que arcar com os erros dos outros e como sempre todo ninguém se importa, afinal o estudante não contribui para Brasil, na verdade enxergam como escória,
Será que as universidades são nosso maior investimento? Como sempre o Brasil cortando investimento onde precisa e entupindo dinheiro nos cabides nacionais de empregos. Como sempre os interesses políticos vêm à frente dos interesses da população de morre de pagar impostos. Pago imposto para quê então, se não posso aposentar, se meus filhos nem estudar poderão? Deixem de me dar taxas para pagar que pago com meu salário a mensalidade dos meus filhos e minha aposentadoria. Agora meu suor não vai ser para sustentar auxílio moradia de cidadão de topo de pirâmide econômica. Façam-me o favor… sejam um pouco menos cara de pau.
Os fatos obrigam as pessoas, a sociedade, a cair na realidade. Faz sentido oferecer uni versidade gratuita e não ter dinheiro para manter os hospitais universitários? Quanto mais cedo encarar a realidade dos fatos, melhor.