Por CPT Norte de Minas
Na noite de ontem (24/03/2017), por volta das 20 horas, três homens armados e encapuzados, chegaram à residência do casal na comunidade Quilombola Marobá dos Teixeira no município de Almenara. Eles estavam em um veículo Novo Uno de cor branca. Ao chegarem, chamaram os moradores pelos nomes e quando atenderam acreditando que seria alguém conhecido, foram abordados por um dos homens, o qual afirmou que “graças a Deus” encontrou Jurandir, pois ele era um homem difícil de ser encontrado e já estavam procurando ele há dias.
Inicialmente, torturaram Maria Rosa (esposa do Jurandir e também é agente voluntária da Comissão Pastoral da Terra). Segundo ela, além de espancá-la, deu a ela alguma substância que parecia ter chumbinho dentro e quiseram obrigá-la a tomar, mas ela disfarçou e não engoliu. Além disso, ela foi obrigada a deitar no chão e foi coberta por um pano e insistentemente, perguntavam onde estavam as armas. Enquanto isso, um deles procurou o Jurandir (presidente da associação da comunidade) e quando o encontraram, amarra-o ao poste de energia elétrica e o espancou e também tentou enforcá-lo com uma corda, até ele desmaiar. Acreditando que ele estava morto, saíram e vasculharam a casa, além de levar pertences da casa, levaram documentos da associação comunitária, documentos relativos aos processos administrativos e judiciais relacionados ao território.
Acreditamos que isto está ligado ao conflito agrário de lutas em defesa do Território. Em outras ocasiões, vários momentos de conflitos foram registrados, muitas ameaças já foram feitas, também agressão física e verbal. Muitas outras evidências nos levam fazer tal ligação. As burocracias, a morosidade e a omissão dos órgãos de governo e até a morosidade do Judiciário, têm contribuído para acirrar o conflito.
Diante do exposto a Comissão Pastoral da Terra e a comunidade Quilombola Marobá dos Teixeira vêm denunciar este atentado e exigimos que seja investigado e punido os responsáveis.
Belo Horizonte – 25/03/2017
Comissão Pastoral da Terra – MG
Comunidade Quilombola Marobá dos Teixeira.
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Realmente não consigo entender tanta falta de respeito aos Quilombolas e as leis no Brasil. Tem peixe grande por trás disso e a polícia federal devia entrar e permanecer no caso e proteger essas comunidades.