Atingidos na Conferência Nacional de Saúde firma importância da participação em políticas públicas

No Mab

O Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB participou da 16ª Conferência Nacional de Saúde, organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), que aconteceu entre os dias 4 e 7 deste mês em Brasília. Com uma atingida eleita delegada nas conferências estaduais, o MAB firma aqui a importância da participação do movimento e dos atingidos no debate de políticas públicas.

A Conferência Nacional de Saúde, que visa avaliar a situação do setor no país e elaborar propostas a diversas instituições públicas voltadas a promover a saúde, teve ótimas resoluções, segundo José Geraldo Martins, do MAB. “A Conferência foi um grande encontro dos defensores e lutadores do SUS. Tivemos excelentes propostas, e o encontro consolidou a percepção de que destruir o SUS não vai ser fácil. As pessoas estão atentas na defesa do SUS, de que ele é um patrimônio nacional, e de que é uma das poucas políticas que ainda mantem certa equidade nesse país, onde a desigualdade e tão brutal”, afirmou José.

Simone Silva, atingida de Barra Longa, foi eleita delegada na Conferência Estadual de Minas Gerais e esteve em Brasília representando as demandas dos atingidos. “Que cada vez mais a gente possa fazer parte desses espaços democráticos para construir essas ideias nas nossas regiões, cidades e vidas também. Reforçamos a necessidade de uma política pública para os atingidos, porque onde tem uma barragem tem pessoas sofrendo um processo de adoencimento – ou por contaminação, ou pela identidade arrancada e apagada, ou pela perca de historia. É fundamental estar aqui para defender isso” defendeu Simone.

A busca por políticas públicas para a saúde dos atingidos, a garantia de que o SUS trate dos atingidos contaminados pelos metais pesados das barragens de rejeitos e outras violações causadas por barragens, e que as multinacionais que violam direitos sejam responsáveis por repassar recursos ao SUS, foram as pautas do MAB para a Conferência. Para Simone, estar na Conferência Nacional é “empoderar os atingidos em todas as áreas da sua vida, porque a partir do momento que você passa a ser militante da sua luta, você passa a ser politizada, você passa a entender os seus direitos” finalizou.

Ministro da Saúde

A presença do Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta foi recebida com vaias e gritos de palavras de ordem como “Ele não” “Ele nunca” e “Fora fascista”. Em resposta, o ministro ameaçou os presentes com prisão. “Fomos ameaçados pelo ministro que chegou a falar que uma grande maioria estava ali com dinheiro público e que se não ‘nos comportássemos direitinho, íamos desfrutar das acomodações de Curitiba’. Ele teve coragem de falar isso” contou José Geraldo, militante do MAB.

Outras atividades

A 16ª Conferência Nacional de Saúde teve várias atividades paralelas que foram de grande importância, discutindo a situação dos povos das águas, campos e florestas, do meio ambiente como determinante de saúde, além de uma tenda de cuidados e outra de saúde popular que ficaram cheias durante toda a atividade.

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