É justo que bolsonaro saia do hospital e se recupere.
Assim como é justo que seja responsabilizado pelos mais de meio milhão de mortes que causou, incitou, promoveu e deu de ombros.
É importante que bolsonaro tenha tratamento adequado.
Assim como é importante que seja inquirido sobre as razões pelas quais impediu milhões de brasileiras e brasileiros o acesso rápido às vacinas disponíveis e trabalhou para lucrar, financeira e politicamente, com isso.
É necessário que o presidente de um país não seja largado à míngua diante de um problema grave de saúde.
Assim como é necessário que esse mesmo presidente responda jurídica, financeira e politicamente pelos milhares que morreram sem o mesmo tratamento adequado que ele agora usufrui: os que morreram nas enfermarias, nas portas dos hospitais e em casa antes que chegassem ao suporte médico e hospitalar que poderiam lhes garantir sobreviver ou viver sem sequelas.
Caso a doença do presidente se agrave e ocorra o pior -e torcemos para que isso não ocorra- ainda haverá seus herdeiros diretos, seus comparsas esparramados pelos parlamentos; membros conhecidos da PGR e membros das forças armadas que foram cúmplices da inequívoca mortandade e sofrimento que o país atravessa hoje. Eles trabalharam arduamente para que a insanidade de seu mito chegasse às piores consequências para milhões de pessoas que hoje custam a se reerguer.
Muitos devem ser responsabilizados pelas perdas graves que causaram às pessoas, às instituições e ao país. Aquele que hoje se encontra em estado grave de saúde e hospitalizado é apenas um deles.
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Protesto do dia 3 de julho de 2021. Foto: redes sociais