Desmatamento na Amazônia registra pior 1º trimestre da série histórica

ClimaInfo

A Amazônia experimentou seu primeiro trimestre mais devastador da série histórica em 2022. De acordo com dados do sistema DETER/INPE, a maior floresta tropical do mundo perdeu 941 km2 de vegetação nos três primeiros meses deste ano, um aumento de 64% em comparação com o mesmo período no ano passado. A área de floresta derrubada no mês passado equivale a quase três vezes a do município de Belo Horizonte (MG).

O aumento do desmate no 1o trimestre foi puxado principalmente pelos números de janeiro e fevereiro, meses que registraram taxas muito acima do normal. Em março, por outro lado, o DETER/INPE apontou para uma redução de 15% no índice de desmatamento em relação ao mesmo mês do ano passado, registrando 312 km2. Mesmo na comparação com a série histórica (desde 2016), os números de 2022 estão significativamente mais altos: os 430 km2 de floresta perdidos em janeiro ficaram 165% acima da média para o mês; já em fevereiro, a taxa de 199 km2 foi 47% superior à média; e, finalmente, em março, o número de 312 km2 de desmatamento ficou quase 12% acima da média.

O número elevado causa preocupação pois, em geral, a taxa de desmatamento costuma cair durante o verão na Amazônia por conta das chuvas. O temor é de que a escalada do desmatamento prenuncie mais um ano de números desastrosos para a floresta. “O retrocesso na gestão ambiental foi um objetivo claro nos últimos anos, e os resultados são evidentes nos alertas de desmatamento do primeiro trimestre de 2022 e nos recordes de desmatamento em anos anteriores”, afirmou Cristiane Mazzetti, do Greenpeace Brasil.

Os dados do INPE foram repercutidos na imprensa, com destaques em CNN BrasilEstadãoFolhag1 e Reuters, entre outros veículos.

Desmatamento feito por grileiros em Altamira, PA Crédito: Claudio Angelo/OC

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